AFINAL, QUEM É O HERDEIRO DOS TÍTULOS DA UNILEVER?

A Unilever deixou o patrocínio do Rio de Janeiro, com mais uma conquista da Superliga Feminina/Divulgação CBV

Supercampeão da Superliga Feminina, o projeto da Unilever no voleibol nacional durou 20 anos. A parceria vitoriosa com Bernardinho foi hegemônica no Brasil. No total, foram 12 títulos conquistados da maior competição de voleibol do país. Nesse período, o projeto teve duas sedes. Entre 1997 e 2004, em Curitiba, no Paraná. Após essa data, até 2017, no Rio de Janeiro.

Depois da última conquista, na temporada 2016/2017, a Unilever deixou o voleibol brasileiro. Mas, no entanto, na atual edição da Superliga Feminina, é uma das marcas estampadas na camisa do Praia Clube. Ou seja, a Unilever ainda não abandou o vôlei brasileiro de fato.

NOVA PARCERIA

Órfão da Unilever, Bernardinho foi em busca de novos parceiros. Além do apoio do Sesc/RJ, para ter mais acesso aos recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, Bernardinho fez uma parceria com o Flamengo, há dois anos. Até o momento, ela não rendeu títulos nacionais. Em duas temporadas, foram conquistados apenas títulos estaduais.

TÍTULOS NACIONAIS

Na época em que jogava defendendo o Rio de Janeiro Vôlei Clube, a Unilever herdou dois títulos da Superliga Feminina conquistados quando a sede do projeto era em Curitiba. Como o time manteve o patrocínio da empresa, na mudança de sede para o Rio de Janeiro, nada mais justo do que o reconhecimento dos dois títulos. Porém, no caso do novo parceiro do time de Bernardinho, a situação muda de figura.

RECONHECIMENTO

O Flamengo sempre foi uma potência olímpica no Brasil. Tanto que já venceu a Superliga Feminina, na temporada 2000/2001. Além disso, quando o principal campeonato de vôlei feminino do país não era disputado em formato de liga, o Flamengo também foi campeão, por duas vezes. Logo, seus títulos nacionais reconhecidos pela CBV, são três no total.

FUSÃO

Com uma espécie de fusão entre o time de Bernardinho e o Flamengo, muito é questionado sobre a herança dos títulos da Unilever. Após o reconhecimento de títulos pela CBV, como dito acima, na verdade, o Flamengo conquistou três títulos nacionais do voleibol feminino. Já o Rio de Janeiro Vôlei Clube, com o fim da parceria com a Unilever, conquistou dez títulos nacionais.

HERANÇA

A discussão sobre o tema da herança dos títulos, é sobre a possibilidade do Flamengo responder pelos títulos do período vitorioso da Unilever. Tal fato, na visão do blog está equivocado. Na verdade, juntos, Flamengo e Rio de Janeiro conquistaram 13 títulos nacionais. Porém, cada associação responde pelos seus títulos. Ou seja, 10 títulos para o Rio de Janeiro Vôlei Clube e 3 títulos para o Flamengo.

Caso, o Rio de Janeiro Vôlei Clube ainda entrasse em quadra sob a bandeira da Unilever, tudo mudaria. Isso porque, como já dito acima, os títulos conquistados na sede de Curitiba, são reconhecidos como da época do projeto em Curitiba. Dessa forma, ao todo, seriam doze títulos conquistados pelo Rio de Janeiro Vôlei Clube e os mesmos três títulos do Flamengo.

OUTROS CASOS

Fusões no voleibol brasileiro não são novidade. O próprio Osasco, rival histórico do time de Bernardinho, passou por situação parecida. Primeiramente, quando mudou de sede do Guarujá para Osasco, nos anos de 1990. Mais tarde, quando perdeu o patrocínio do Bradesco e foi agraciado com o patrocínio da Nestlé. Detalhe: a Nestlé foi um dos grandes adversários do Osasco na história da Superliga Feminina, quando bancava o projeto em Sorocaba e Jundiaí.

Já no masculino, também não faltam casos de fusões. Atualmente, uma das potências do voleibol brasileiro, o Sada começou a disputar a Superliga Masculina defendendo a cidade de Betim. Depois, associou-se ao Cruzeiro para manter o projeto vivo.

Além desse caso, outro fato interessante é o retorno da cidade de Campinas ao voleibol masculino. Nos anos de 1990, a cidade foi campeã da Superliga Masculina, com o projeto da Olympikus. Hoje, sob o patrocínio do Vôlei Renata disputa a principal competição da modalidade no país. Outros patrocinadores já passaram pela cidade, como a Brasil Kirin. Em caso de nova conquista da cidade, o título da Olympikus/Telesp será reconhecido?

O bicampeão olímpico Maurício foi campeão da Superliga Masculina com a camisa da Olympikus/Gazeta Press

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