O RANKING DA FIVB APÓS OS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS

Durante esta semana, a FIVB anunciou como será o sorteio dos grupos do Mundial 2025. Tanto no masculino, quanto no feminino, o ranking serviu como base de definição dos cabeças de chave da competição. Entre os homens, além da anfitriã Filipinas, serão cabeças de chave do Mundial 2025, as seguintes seleções, pela ordem do ranking da FIVB: Polônia, França, Estados Unidos, Eslovênia, Itália, Japão e Brasil. As demais 24 seleções foram divididas em três potes. Um sorteio no próximo dia 14 de setembro definirá a composição dos grupos. O mesmo método deve ser utilizado entre as mulheres para o Mundial feminino 2025. Entretanto, ainda sem previsão para ocorrência do sorteio. Lembrando que recentemente a FIVB confirmou a Tailândia como sede da competição no naipe feminino. Confira abaixo, como ficou o ranking da FIVB após os Jogos Olímpicos de Paris, nos dois naipes.

MASCULINO
1- Polônia 🇵🇱 401 pts
2- França 🇫🇷 378 pts
3 – EUA 🇺🇸 366 pts
4 – Eslovênia 🇸🇮 352,5 pts
5 – Itália 🇮🇹 346 pts
6 – Japão 🇯🇵 338 pts
7 – Brasil 🇧🇷 306 pts
8 – Alemanha 🇩🇪 274 pts
9 – Argentina 🇦🇷 267 pts
10 – Sérvia 🇷🇸 259 pts

Mesmo sendo bicampeã olímpica, a França não conseguiu ultrapassar a Polônia no ranking da FIVB, ao final dos Jogos de Paris/Divulgação/Volleyball World

FEMININO
1 – Itália 🇮🇹 437 pts
2 – Brasil 🇧🇷 407 pts
3 – EUA 🇺🇸 362 pts
4 – Turquia 🇹🇷 352 pts
5 – China 🇨🇳 350 pts
6 – Polônia 🇵🇱 349,7 pts
7 – Japão 🇯🇵 325 pts
8 – Canadá 🇨🇦 285 pts
9 – Holanda 🇳🇱 284 pts
10 – Sérvia 🇷🇸 280 pts

Fonte: Volleyball World

O JOGO COLETIVO DO BRASIL

Uma das características principais da escola de voleibol brasileira é o jogo coletivo. Sempre tivemos ótima matéria-prima, mas nem sempre os maiores pontuadores, apesar do talento dos nossos jogadores. Além disso, para enfrentar os limites e a força física dos nossos adversários, optamos por um estilo de jogo mais sofisticado, baseado na velocidade e no volume no fundo de quadra. Nos últimos anos, esse estilo de jogo está se perdendo, complicando o rendimento das nossas seleções no cenário internacional. No auge do Brasil na modalidade na década de 2000, tivemos dois grandes exemplos do que somos capazes de fazer dentro de quadra: a geração do vôlei masculino campeã em Atenas 2004 e geração do vôlei feminino campeã em Pequim 2008.

A geração brasileira no voleibol masculino nos anos 2000 ganhou todas as competições possíveis/Divulgação/FIVB

CONSTRUÇÃO

O estilo de jogo brasileiro no voleibol foi construído geração após geração até alcançar o ápice nas conquistas de ouro dos dois naipes. Nos primórdios, durante o ciclo dos Jogos de Moscou e Los Angeles, capitaneados por Bebeto de Freitas, a seleção brasileira masculina adotou a velocidade das seleções asiáticas em seu padrão de jogo, concomitantemente, com a força física do estilo europeu. Além disso, o Brasil avançou em seu sistema de jogo, com uma formação tática semelhante ao utilizado pelos Estados Unidos naquela época.

MISTURA

Foi dessa miscelânea de escolas que surgiu o estilo de jogo do Brasil no voleibol. Entretanto, para atingir esse nível, o Brasil passou décadas lapidando atletas durante o período compreendido entre a década de 1980 e os anos 2000. Foram anos de investimento na base. Tecnicamente, formamos várias gerações talentosas que colocaram esse estilo de jogo em prática.

ESTILO

A principal premissa do estilo de jogo brasileiro no voleibol é o aspecto coletivo. Distribuição, variação e velocidade fazem parte do cardápio dos nossos levantadores. Vários deles estão entre os maiores da história na posição. Além disso, para colocar o plano de jogo deles em ação, sempre foi preciso excelência no passe, uma das espinhas dorsais do jogo coletivo brasileiro. Quantas vezes fomos salvos em quadra por uma linha de passe eficiente, após bombardeios dos adversários no serviço? Isso sem contar nosso sistema defensivo. Haja volume de jogo no fundo de quadra!

A UNIÃO FAZ A FORÇA

Acima de tudo, nosso jogo nunca foi baseado simplesmente na força, apesar das mudanças no voleibol moderno e as suas exigências físicas. Pelo contrário, dentro de quadra, o Brasil sempre desafiou esses limites. Mesmo com jogadores mais baixos, o Brasil conquistou o ouro olímpico por cinco vezes graças ao aspecto coletivo. Afinal o voleibol não é uma modalidade individual! O foco primordial do estilo de jogo brasileiro no voleibol é o coletivo, para que a partir disso, as individualidades possam aparecer.

A TROCA DE TÉCNICOS NA SELEÇÃO BRASILEIRA NOS ANOS 2000

Na década de 2000, o Brasil foi a força dominante no voleibol. Entre os homens, o Brasil foi tricampeão mundial, campeão olímpico em Atenas, medalha de prata em Pequim, bicampeão da Copa do Mundo, além de ter vencido a Liga Mundial no período por oito vezes. Já entre as mulheres, em cenário de mais equilíbrio, após o fracasso em Atenas, o Brasil conquistou o primeiro ouro olímpico do vôlei feminino em 2008, abrindo caminho para o bicampeonato na década seguinte em Londres. Além disso, venceu o Grand Prix por cinco vezes na década de 2000, além de ser vice-campeão mundial em 2006 e 2010. Tal feito, não teria acontecido, não fosse a liderança técnica de dois dos melhores treinadores do mundo na modalidade, Bernardinho e Zé Roberto.

APOSTA

Depois do 6º lugar nos Jogos de Sydney 2000 no voleibol masculino, a CBV sob o comando de Ary Graça, tomou uma das decisões mais arrojadas da história da entidade. Em uma aposta certeira, Ary Graça fez uma troca arriscada de comando no naipe masculino. Simplesmente, Ary Graça promoveu Bernardinho após o sucesso do treinador com o voleibol feminino. Com duas conquistas inéditas de bronze no currículo com as mulheres, além de um excelente trabalho que fez frente a Cuba, Bernardinho assumiu o comando do masculino após os Jogos de Sydney. Um risco, que tanto Ary Graça, como Bernardinho correram, mas que levou o voleibol brasileiro ao topo da modalidade durante mais de uma década.

MATERIAL HUMANO

A aposta certeira de Ary Graça abriu o caminho para uma série de mudanças na modalidade interna e externamente. Entretanto, sem material humano, não seria possível para Bernardinho ou Zé Roberto realizarem um trabalho de excelência. Mas, seja pela conjunção dos astros ou não, durante a década de 2000, além de ganhar quase tudo no adulto, o Brasil dominou a base do esporte, com uma série de títulos nas categorias inferiores. Várias estrelas do Brasil na modalidade foram reveladas na gestão de Ary Graça na CBV. Um trabalho que não dá para esconder, sendo referência internacional até os dias de hoje.

TRANSIÇÃO

Mas nem tudo foi fruto somente de trabalho administrativo. A chegada de Bernardinho na seleção masculina mudou a forma de jogar voleibol no naipe masculino. Bernardinho imprimiu uma velocidade jamais vista na modalidade, graças ao trabalho incansável do levantador Ricardinho. O Brasil virou referência internacional. Os levantamentos de Ricardinho mal tinham parábola. Além disso, toda a experiência com o feminino, veio com Bernardinho na bagagem. O volume de jogo brasileiro no masculino era algo impensável até aquele momento. Os brasileiros chegaram a ser comparados com os japoneses, tamanho o nível de jogo no fundo de quadra.

TROCA-TROCA

O sucesso da transição de Bernardinho do feminino para o masculino, fez Ary Graça dobrar a aposta. Vendo o Brasil favorito ao ouro nos Jogos de Atenas 2004, Ary Graça chamou para o comando da seleção feminina, o ex-técnico da seleção masculina, José Roberto Guimarães, ouro em Barcelona. Naquele momento, Zé Roberto treinava o time feminino do Osasco e a seleção feminina passava por uma crise interna de relacionamentos com o técnico Marco Aurélio Motta. A chegada de Zé Roberto na seleção feminina foi em boa hora, mas as coisas não deram tão certo em Atenas, como deram quatro anos depois nos Jogos Olímpicos de Pequim.

ADAPTAÇÃO

Ao contrário do que poderiam imaginar, Jose Roberto Guimarães trouxe para seleção feminina uma sensibilidade no trato com as jogadoras. Não que ele fosse grosseiro no masculino, mas sua transição para o feminino foi perfeita. Segundo consta, a comissão técnica de Zé Roberto acompanha até mesmo o ciclo menstrual das jogadoras para avaliar o desempenho e o rendimento delas dentro de quadra. Além disso, seu maior desafio era promover uma adaptação no sistema tático da seleção feminina. O Brasil jogava em 5×1, mas nossas opostas eram muita vezes passadoras, até mesmo as canhotas, como por exemplo, Leila. Com a chegada de Zé Roberto, o Brasil assumiu o sistema tático em 5×1 plenamente, assim como no masculino, graças ao talento de jogadoras como Mari e Sheilla.

SUCESSO INTERNACIONAL

O domínio brasileiro no voleibol nos anos 2000, ainda gerou vários dividendos para todos os envolvidos na empreitada. Entre eles, o principal responsável pela aposta no troca-troca de técnicos, o então presidente da CBV, Ary Graça. Nada mais, nada menos, ele chegou ao comando da Federação Internacional de Voleibol. Para se ter uma ideia, ele derrotou na eleição, ninguém menos que o norte-americano Doug Beal, outro nome histórico da modalidade. Sua gestão na FIVB parece muito bem avaliada, dado o seu prestígio com o COI – Comitê Olímpico Internacional. Para quem tem medo de apostas de risco, este é um exemplo de que vale a pena correr perigo quando há competência.

O presidente da FIVB, Ary Graça

O RANKING DA FIVB ATUALIZADO

Com o fim da Liga das Nações 2024, o ranking da FIVB sofreu modificações. O Brasil assumiu a vice-liderança do ranking no feminino, após campanha invicta na 1ª fase da VNL. As brasileiras chegaram a liderar o ranking durante a VNL 24, mas com o revés nas semifinais para o Japão e a perda da medalha de bronze para Polônia, caíram para o 2º lugar. Após o bicampeonato da VNL feminina, a Itália assumiu a ponta do ranking da FIVB. Já no masculino, mesmo com o 3º lugar na Liga das Nações 2024, a Polônia manteve a dianteira no ranking da FIVB. Após o vice-campeonato na VNL masculina 2024, o Japão subiu para o 2º lugar no ranking. Já o Brasil, depois de ficar fora das semifinais da Liga das Nações masculina 2024, pela segunda edição consecutiva, caiu duas posições no ranking da FIVB, em relação à posição após o Pré-Olímpico 2023. Confira abaixo, os dez primeiros colocados no ranking de cada naipe. Lembrando que a Rússia foi retirada do ranking, nos dois naipes, provisoriamente, devido à guerra na Ucrânia.

MASCULINO

1 – Polônia 🇵🇱 422,6 pontos

2 – Japão 🇯🇵 361 pontos

3 – Itália 🇮🇹 345,3 pontos

4 – França 🇫🇷 344 pontos

5 – Eslovênia 🇸🇮 340,3 pontos

6 – EUA 🇺🇸 325,89 pontos

7 – Brasil 🇧🇷 316,42 pontos

8 – Argentina 🇦🇷 296,3 pontos

9 – Canadá 🇨🇦 273,67 pontos

10 – Sérvia 🇷🇸 259,97 pontos

A Polônia ficou com o bronze na VNL 2024 e manteve liderança no ranking da FIVB/Divulgação/Volleyball World

FEMININO

1 – Itália 🇮🇹 398,18 pontos

2 – Brasil 🇧🇷 385,49 pontos

3 – Turquia 🇹🇷 368,56 pontos

4 – Polônia 🇵🇱 365,39 pontos

5 – EUA 🇺🇸 349,10 pontos

6 – China 🇨🇳 341,89 pontos

7 – Japão 🇯🇵 338,35 pontos

8 – Holanda 🇳🇱 304,48 pontos

9 – Sérvia 🇷🇸 287,93 pontos

10 – Canadá 🇨🇦 284,76 pontos

FONTE: FIVB

LIGA MUNDIAL, GRAND PRIX OU VNL?

Neste mês de maio começa mais uma edição da Liga das Nações, principal competição anual da FIVB. Em sua sexta edição, o torneio de 2024 promete ser histórico. Isso porque, através da disputa de jogos da 1ª fase, serão definidas 5 vagas olímpicas, nos dois naipes, pelo ranking internacional. Essa inovação, importada do vôlei de praia, foi uma maneira encontrada pela FIVB de incrementar sua competição, atraindo atenção de todas seleções. Além disso, o sorteio dos grupos dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, também será afetado pela fase regular da Liga das Nações 2024. Mas antes do surgimento da competição, como era a temporada de seleções no cenário internacional?

SURGIMENTO

Criada em 2018, a Liga das Nações nasceu da necessidade da FIVB em reposicionar sua marca no mercado. Antes dela, até 2017, a principal competição anual da FIVB era a Liga Mundial no naipe masculino e o Grand Prix no naipe feminino. Tecnicamente falando, a FIVB desencadeou um processo de rebranding em suas principais competições, quando criou a Liga das Nações. O desgaste dos formatos anteriores era crescente. As reclamações sobre o calendário também foram um fator determinante. O objetivo era valorizar suas competições. Mas parece que com o passar do tempo o resultado almejado não foi alcançado.

MOTIVAÇÃO

Competições esportivas entre países sempre são fruto de intensa disputa. Apesar do blog não ter a confirmação, uma das motivações para criação da Liga das Nações pode ter sido uma virada de mesa. De acordo com o regulamento da Liga Mundial, em 2017, a seleção masculina da Itália deveria ter sido rebaixada da principal competição anual da FIVB. Os italianos terminaram o torneio em último lugar, com uma campanha vexaminosa de 2 vitórias em 9 jogos. Misteriosamente, os dirigentes da federação tiraram da cartola, a criação de uma nova competição, quando um dos seus principais mercados estava ameaçado. A Itália é um dos países com uma das principais ligas de voleibol de clubes do mundo. O esporte é popular no país. Além disso, até 2017, os italianos eram um dos principais vencedores da Liga Mundial, com 8 títulos, atrás apenas do Brasil. Das duas uma, ou italianos tinham a informação do processo de rebranding da competição anteriormente ou viraram a mesa!

POLÍTICA

Não dá para negar que a mudança foi para melhor. A Liga das Nações em suas duas primeiras edições deu show de organização e divulgação. Porém, a atual administração da FIVB sempre esteve à procura de uma marca. E o momento para essa mudança encontrou o timing perfeito com o rebaixamento da Itália na Liga Mundial 2017. Entretanto, esse movimento brusco da FIVB pareceu coisa de político brasileiro, que quando assume um novo cargo ou direção, quer imediatamente, apagar tudo de bom realizado por administrações anteriores.

APAGAMENTO

Como dito acima, uma das consequências da criação da Liga das Nações, foi o apagamento da história das competições anteriores. Em qualquer discussão sobre a modalidade em rede social, é difícil explicar quem herdou os títulos das competições anteriores, no caso Liga Mundial e Grand Prix. Tudo porque, para FIVB, ou seja para história, são competições distintas. Tanto que para FIVB, a seleção brasileira feminina nunca ganhou a Liga das Nações. Enquanto o masculino venceu em 2021 na bolha de Rimini.

SITUAÇÃO ATUAL

Atualmente, a insatisfação dos atletas com o calendário é pior do que antes da criação da Liga das Nações. Os atletas reclamam das viagens exaustivas, do excesso de jogos, da precariedade das instalações dos ginásios e da hospedagem. A contestação dos artistas do espetáculo foi tão grande, que no ano passado, ao anunciar o calendário do próximo ciclo olímpico, a FIVB atendeu em partes à reivindicação dos atletas, diminuindo o tamanho das competições, mudando o calendário. Mas ao que parece eles continuam insatisfeitos, assim como algumas federações e clubes.

TIRO NO ALVO

A ideia de utilizar o ranking internacional para definir classificação olímpica foi um tiro certeiro da FIVB. Salvou a Liga das Nações do fracasso, depois da pandemia, neste ciclo olímpico. Mas não pode ser considerado algo inovador. Foi importado do voleibol de praia, que define suas vagas olímpicas, desde sempre, pelo ranking internacional, como dito acima no começo do texto. Tanto que para os Jogos de Los Angeles 2028 o sistema foi modificado. Resta saber, como ficará o nível de competição, interesse e organização da Liga das Nações, em suas próximas edições, sem a utilização do ranking internacional para definir classificação olímpica?

A CONCORRÊNCIA PELOS DIREITOS DA SUPERLIGA

Recentemente, o Grupo Globo anunciou a renovação dos direitos de competições organizadas pela FIVB no período compreendido entre 2025/2028. No caso da Superliga, principal torneio de clubes do país, organizado pela CBV, o contrato do Grupo Globo vence na próxima temporada. A julgar pela expansão das transmissões da Superliga atualmente, dificilmente, o contrato não será renovado. Nem mesmo a tendência de pulverização de transmissões esportivas em vários canais e plataformas, deverá ser obstáculo para a renovação dos direitos da Superliga com o Grupo Globo.

No entanto, a cobrança pelo acesso gratuito dos jogos da Superliga nas redes sociais é crescente. Talvez, os direitos do Grupo Globo sejam divididos com algum canal aberto ou plataforma. O que não garante qualidade. Ao longo de sua história, a Superliga já perambulou por vários canais abertos, com exceção do SBT. O tratamento dado por essas emissoras ao torneio, em comparação com o SPORTV, canal esportivo do Grupo Globo, explica a preferência da CBV pelo Grupo Globo.

As transmissões da Superliga no SPORTV são muito elogiadas por quem entende do assunto. Para se ter uma ideia, o Comitê Olímpico Internacional já apontou a transmissão de jogos de voleibol do Grupo Globo como a melhor do mundo. O que não quer dizer que não haja concorrência. Nas últimas temporadas, a CBV lançou o próprio canal de streaming da Superliga, mas ao que parece não alcançou os resultados esperados. As transmissões eram realizadas em parceria com a TVNsports.

Talvez, por causa dessa concorrência com o streaming da CBV, o Grupo Globo resolveu expandir o espaço da Superliga na sua grade. Antes da pandemia, no máximo três jogos por rodada da Superliga eram exibidos pelo SPORTV 2. Atualmente, praticamente todos os jogos são exibidos, graças ao insucesso do Canal Volei Brasil. As partidas que não interessam ao SPORTV, são desovadas no YouTube. Devido à pressão por exibição gratuita, a CBV liberou essas partidas de graça. Além disso, existem os canais FAST do Globoplay que também exibem jogos da Superliga, quando convém. Porém, os direitos da Superliga ganharam um novo player.

Para complicar um pouco a vida do SPORTV, ao que parece, o TVNSports estará disponível em breve em todas operadoras de televisão por assinatura. Já chegou no Sky+. Está disponível no YouTube. Será que o Grupo Globo continuará a permitir a divisão de transmissões da Superliga com o seu novo concorrente? Uma pista para essa pergunta está no canal do COB no YouTube. Em parceria com o TVNsports, o Canal Olímpico do Brasil está transmitindo a Superliga B em seu canal. Também há o interesse da CazéTV, que exibiu o último Pan no YouTube. Pesa contra o Grupo Globo, o fato de não mencionar o nome dos patrocinadores das equipes, mas não dá para negar que o SPORTV é a casa do voleibol brasileiro, atualmente. E para você vôleifã, quem deve ficar com os direitos da Superliga?

O SPORTV transmite a Superliga de Vôlei desde a sua primeira edição/Reprodução Internet

O FENÔMENO UZELAC NA SUPERLIGA FEMININA 23/24

O torcedor brasileiro pode estar sendo testemunha do nascimento de uma estrela do voleibol internacional. Trata-se da jovem jogadora do Fluminense, Uzelac. Com apenas 19 anos, a ponteira vinda da Sérvia, é um dos maiores destaques da Superliga 23/24 até o momento. Descoberta nos campeonatos de base pelo técnico do Fluminense, Guilherme Schmizt, Uzelac é sem dúvida, um dos maiores fenômenos da história da Superliga Feminina.

Ela lidera com folga os números no ataque, com 199 pontos. 50 pontos a mais que a segunda colocada, a oposta Jheovanna do Barueri. O caro leitor deve estar perguntando qual o aproveitamento no ataque de Uzelac? Por receber muitas bolas ela não está mal na fita. Com 40% de eficiência no fundamento, Uzelac já colocou 170 bolas no chão, de um total de 420 ações no ataque. Com esses números, ela ocupa o 29º lugar de aproveitamento. Parece um número ruim, mão não é!

O blog explica o motivo. Um dado interessante utilizado na Superliga no Brasil é a média de pontos por set de cada jogadora. Algo não muito usual no voleibol internacional. Por esses números, Uzelac lidera com folga mais uma estatística da competição. A média de pontos dela por parcial é de 5,53. Um número espantoso para os padrões da Superliga Feminina. Para se ter uma ideia, a segunda colocada na média por pontos em cada set, a oposta da seleção brasileira feminina, Kisy, aparece com 4,52 de média. Um ponto a menos que Uzelac. Mais um feito da atleta da Sérvia!

PASSAPORTE CARIMBADO

Muitas pessoas perguntam como uma jogadora desse nível escolheu disputar a Superliga? Segundo consta, além de ter sido descoberta pelo técnico do Fluminense, Uzelac escolheu o Brasil para desenvolver outros fundamentos, entre eles, o passe. Analisando os números de recepção, percebemos que sua escolha foi certeira. Mesmo com uma série de jogadoras brasileiras com tradição no fundamento, Uzelac aparece em 12º lugar nas estatísticas de recepção, com 59% de eficiência. Nada mal, para quem está sendo sempre bombardeada pelo serviço adversário.

Para completar, Uzelac lidera as estatísticas do serviço. Em números totais, ela já marcou 15 pontos diretos no fundamento. Já no aproveitamento do fundamento, Uzelac é a terceira colocada com 0,42% de eficiência, atrás da russa Kuznetsova do Praia e Geovana do Osasco. Para encerrar os seus números, Uzelac já marcou 14 pontos de bloqueio na atual temporada da Superliga, ocupando o 37º lugar nas estatísticas do fundamento.

Como se observa, será difícil o Fluminense conseguir manter a jogadora no Brasil na próxima temporada. Vários agentes de outras ligas pelo mundo devem estar atentos ao desempenho da atleta na Superliga. Resta saber, se Uzelac conseguirá fazer o Fluminense alçar voos mais altos na competição. Um aperitivo foi a vitória sobre o Minas, um dos clubes mais tradicionais do país, recentemente. Ela foi eleita a melhor jogadora em quadra, com mais de 30 pontos. Será que o Fluminense conquistará algum título na temporada?

A ponteira Uzelac, com o troféu Viva Vôlei/Divulgação/FFC

CALENDÁRIO 2024

O ano de 2024 será olímpico

2024 começou! É ano de Jogos Olímpicos. Paris receberá o evento mais importante do calendário esportivo neste ano. Mas além das Olimpíadas, outras competições serão disputadas no voleibol. Em especial, no Brasil. Em paralelo à Superliga 2023/2024, logo no início de 2024, acontece a Copa Brasil. A competição coloca frente a frente, os oitos melhores times do turno da Superliga, em partidas únicas, com quartas de final, semifinal e final. A grande decisão do torneio ocorre em sede única escolhida pela CBV.

A folia carnavalesca esse ano é mais cedo. Nos primeiros dias de fevereiro. Depois da folia, ainda sem confirmação, ocorre o Sul-Americano de clubes com sedes no Brasil. Entre os homens, em Joinville. Entre as mulheres, em Bauru. Na sequência do Sul-Americano, no mês de abril, começa a fase eliminatória da Superliga 2023/2024. As finais dos dois naipes serão em jogo único. Entre os homens, no dia 5 de maio. Entre as mulheres, no dia 28/04.

Como dito acima, 2024 é ano de Jogos Olímpicos. O Brasil já está classificado nos dois naipes. Mas, logo no mês de maio, acontece a Liga das Nações 2024. Neste ano, a competição será de suma importância na definição de mais 5 vagas olímpicas, nos dois naipes, através do ranking da FIVB. O Brasil receberá duas etapas da competição. Entre os dias 14 e 19 de maio, no feminino. E entre os dias 21 e 26 de maio, no masculino. As finais da competição estão previstas para o final do mês de junho.

Após a Liga das Nações, o grande evento do ano ocorre em Paris. A partir do 26 de julho, os Jogos Olímpicos terão como palco a capital francesa. O Brasil vai em busca do tricampeonato olímpico no feminino, e o tetracampeonato olímpico no masculino. As finais da modalidade estão previstas para os dias 10 e 11 de agosto, respectivamente.

Depois do calendário internacional, as competições entre clubes voltam ao certame. No Brasil, primeiramente, ocorrem os campeonatos estaduais. Logo em seguida, vem a Superliga, em uma nova temporada. Porém, antes do fim do ano, o calendário internacional volta ao centro das atenções, com o Mundial de clubes. E aí? Você já está preparado para 2024? Feliz Ano Novo!

OS POSTS MAIS LIDOS DO BLOG EM 2023

Em clima de ano novo, o blog apresenta aos seus leitores, os posts mais lidos em 2023. Segue a lista com os links.

1 – https://voleindoor.com/2022/12/05/as-estatisticas-da-superliga-feminina-2022-2023/

2 – https://voleindoor.com/2023/03/12/os-animos-exaltados-na-superliga/

3 – https://voleindoor.com/2023/09/27/felipe-roque-pede-dispensa-da-selecao-brasileira/

4 – https://voleindoor.com/2023/08/04/o-processo-de-naturalizacao-do-voleibol/

5 – https://voleindoor.com/2023/07/28/a-convocacao-de-ze-roberto-para-o-sul-americano/

6 – https://voleindoor.com/2022/12/04/as-estatisticas-da-superliga-masculina-22-23/

7 – https://voleindoor.com/2023/10/16/o-elenco-do-brasil-para-o-pan-de-santiago/

8 – https://voleindoor.com/2023/05/19/a-lista-de-convocadas-de-ze-roberto-para-vnl-23/

9 – https://voleindoor.com/2023/08/18/ze-roberto-realiza-dois-cortes-antes-do-sul-americano/

10 – https://voleindoor.com/2023/01/06/em-julgamento-de-recurso-sao-jose-perde-novamente-pontos-na-superliga/

11 – https://voleindoor.com/2023/01/23/a-polemica-do-desafio-na-superliga/

12 – https://voleindoor.com/2023/05/18/a-lista-de-convocados-de-renal-dal-zotto-para-vnl-23/

13 – https://voleindoor.com/2023/04/15/as-semifinais-da-superliga-masculina-22-23/

14 – https://voleindoor.com/2023/12/09/minas-e-finalista-do-mundial-de-clubes-masculino-2023/

15 – https://voleindoor.com/2023/09/16/brasil-estreia-com-vitoria-no-pre-olimpico/

O oposto Wallace do Cruzeiro esteve envolvido em uma das maiores polêmicas do ano/Divulgação/Agência 7/Sada/Cruzeiro

BERNARDINHO REASSUME O COMANDO DA SELEÇÃO MASCULINA DE VÔLEI

O técnico Bernardinho está de volta ao comando técnico da seleção brasileira masculina de vôlei. A notícia já era esperada desde o fim do Pré-Olímpico no último mês de outubro, quando Renan Dal Zotto pediu demissão do cargo. A confirmação dos rumores na imprensa veio ontem em matéria do Jornal Nacional da TV Globo. Nas redes sociais, a CBV também divulgou um vídeo com um depoimento do treinador Bernardinho. Ele falou sobre as expectativas para o seu retorno. Bernardinho já ocupava o cargo de coordenador técnico de seleções da CBV no naipe masculino, antes de aceitar o convite para voltar ao comando da seleção masculina, desde setembro de 2023. Em sua primeira passagem como técnico do Brasil, Bernardinho foi bicampeão olímpico, tricampeão mundial, bicampeão da Copa do Mundo, além de vencer a Liga Mundial por oito vezes.

O técnico Bernardinho/Divulgação/CBV