Definitivamente, 2023 não foi um bom ano para o voleibol brasileiro. Apesar da classificação olímpica garantida de forma atencipada, nos dois naipes, 2023 passou longe de ser um ano que o torcedor brasileiro guardará na memória. De polêmicas extra-quadra, a desempenho abaixo do esperado nas principais competições, 2023 pode ser considerado, sem sombra de dúvida, um dos piores anos do voleibol brasileiro.
Para começar, de saída, um dos principais personagens da conquista olímpica na Rio 2016, o oposto Wallace, se envolveu em uma controvérsia nas redes sociais com o Presidente da República. Foi suspenso e correu o risco de encerrar a carreira nos clubes de maneira precoce. Mas a polêmica dentro das quadras não terminou! Durante a disputa da temporada 2022/2023 da Superliga Masculina, os episódios de agressividade se multiplicaram, com direito a intervenção do Superior Tribunal Desportivo do Vôlei.
Como nem tudo são flores, também no campo da política, a vice-campeã mundial e medalhista de bronze em Atlanta 1996, Ana Moser, assumiu a pasta do Esporte do governo Lula 3. Mas o sonho durou pouco. Em meio a manobras nos bastidores, Ana Moser deixou o cargo com pouco mais de seis meses no cargo. Uma lástima.
Dentro de quadra, a decepção também foi grande na Liga das Nações 2023. Após uma ótima temporada na Europa, a ponteira Ana Cristina sofreu uma lesão no começo da competição, comprometendo a campanha da seleção brasileira feminina. Muito irregular, as brasileiras acabaram eliminadas pela China, na fase final. Entre os homens, as coisas não foram muito diferentes. Com planejamento falho, o Brasil contou com suas principais peças apenas nas finais. Obviamente, sem ritmo de jogo, fomos superados pela Polônia nas quartas de final.
Passado o capítulo da Liga das Nações, veio o Sul-Americano. No feminino, cumprimos o nosso papel, vencendo a competição sem sustos. Já no masculino, o tombo foi forte. Pela primeira vez, o Brasil perdeu o Sul-Americano. O algozes foram os argentinos. Para complicar, às vésperas do Pré-Olímpico, a seleção masculina perdeu Leal e oposto Felipe Roque. Os dois pediram dispensa.
Apesar de todo o cenário desfavorável, o Brasil conquistou classificação olímpica nos dois naipes, mas não sem sofrimento. Às vésperas de um confronto importante contra Turquia, pelo Pré-Olímpico feminino, o Brasil perdeu uma campeã olímpica. A central Walewska, ouro em Pequim 2008, deu fim a sua própria vida, deixando um grande legado e uma sensação de angústia no ar. Mas bravamente, a seleção brasileira feminina venceu o Japão, ficando com a segunda vaga do seu grupo no Pré-Olímpico.
Já entre os homens, um novo ídolo surgiu, salvando o Brasil do vexame de perder a vaga olímpica dentro de casa. O oposto Darlan, como um herói dos filmes de Hollywood, liderou o Brasil rumo à classificação olímpica. Ele foi a válvula de escape do Brasil no Pré-Olímpico. Estivemos muito perto de perder a vaga direta e depender do ranking. A pressão foi tão grande, que ao final da competição, o técnico Renan Dal Zotto do Brasil pediu demissão do cargo. Segundo fontes da imprensa, Bernardinho estará de volta em 2024.
Já quase no fim do ano, o Brasil foi ouro no Pan de Santiago no voleibol masculino, devolvendo a derrota no Sul-Americano para os argentinos. Já entre as mulheres, com uma seleção B, fomos medalha de prata, perdendo a final para a República Dominicana. Porém, a maldição de 2023 não passou ilesa do Mundial de clubes. Nossos representantes não foram bem na competição. Salvou-se o time masculino do Minas e a performance da oposta Tainara pelo Praia.
Em 2024, com os Jogos Olímpicos de Paris, um novo ciclo se inicia. Para o Brasil o importante é a resiliência e a superação. Voltaremos mais fortes, aparando as arestas de 2023, prontos para o desafio da conquista olímpica. Que comecem os Jogos!










