A RIVALIDADE ENTRE BRASILEIRAS E AMERICANAS NAS OLIMPÍADAS

Por muitos anos no voleibol feminino, Cuba foi o maior rival da seleção brasileira, principalmente nos anos de 1990. Na década seguinte, as russas foram uma das principais adversárias das brasileiras. Entretanto, após três finais olímpicas entre Brasil e Estados Unidos no voleibol feminino, cresceu a rivalidade entre as duas seleções quando o assunto são as Olimpíadas. Além das finais olímpicas, brasileiras e americanas já decidiram medalha de bronze por duas vezes. Também se enfrentaram em jogo eliminatório pelas quartas de final em Atenas 2004. No total, Brasil e Estados Unidos disputaram 10 jogos na história das Olimpíadas, com cinco vitórias para cada lado. Confira abaixo, o histórico olímpico de confrontos entre brasileiras e americanas no voleibol feminino.

Brasileiras e americanas fizeram a última final olímpica/Divulgação

LOS ANGELES 1984

01/08/1984 1ª fase EUA 🇺🇸3×2 🇧🇷Brasil

12/15, 10/15, 15/5, 15/5, 15/12

SEUL 1988

23/09/1988 1ª fase EUA 🇺🇸3×2 🇧🇷Brasil

14/16, 15/5, 15/13, 12/15, 15/7

Maior pontuadora: Kim Oden 🇺🇸 13 pontos

BARCELONA 1992

07/08/1992 Bronze EUA 🇺🇸3×0 🇧🇷BRASIL

15/8, 15/6, 15/13

SYDNEY 2000

24/09/2000 1ª fase BRASIL 🇧🇷3×1 🇺🇸EUA

25/17, 20/25, 25/15, 25/15

Maior pontuadora: Virna 🇧🇷21 pontos

SYDNEY 2000

30/09/2000 Bronze BRASIL 🇧🇷3×0🇺🇸EUA

25/18, 25/22, 25/21

Maior pontuadora: Érika e Virna 🇧🇷16 pontos

ATENAS 2004

24/08/2004 Quartas BRASIL 🇧🇷3×2 🇺🇸EUA

25/22, 25/20, 22/25, 25/27, 15/6

Maior pontuadora: Érika 🇧🇷20 pontos

PEQUIM 2008

23/08/2008 Final BRASIL 🇧🇷3×1 🇺🇸EUA

25/15, 18/25, 25/13, 25/21

Maior pontuadora: Sheilla 🇧🇷19 pontos

LONDRES 2012

30/07/2012 1ª fase EUA 🇺🇸3×1 🇧🇷BRASIL

25/18, 25/17, 22/25, 25/21

Maior pontuadora: Hooker 🇺🇸23 pontos

LONDRES 2012

11/08/2012 Final BRASIL 🇧🇷3×1🇺🇸EUA

11/25, 25/17, 25/20, 25/17

Maior pontuadora: Jaqueline 🇧🇷18 pontos

TÓQUIO 2020

08/08/2021 Final EUA 🇺🇸3×0 🇧🇷BRASIL

25/21, 25/20, 25/14

Maior pontuadora: Drews 🇺🇸15 pontos

Fonte: Olympedia

O JOGO COLETIVO DO BRASIL

Uma das características principais da escola de voleibol brasileira é o jogo coletivo. Sempre tivemos ótima matéria-prima, mas nem sempre os maiores pontuadores, apesar do talento dos nossos jogadores. Além disso, para enfrentar os limites e a força física dos nossos adversários, optamos por um estilo de jogo mais sofisticado, baseado na velocidade e no volume no fundo de quadra. Nos últimos anos, esse estilo de jogo está se perdendo, complicando o rendimento das nossas seleções no cenário internacional. No auge do Brasil na modalidade na década de 2000, tivemos dois grandes exemplos do que somos capazes de fazer dentro de quadra: a geração do vôlei masculino campeã em Atenas 2004 e geração do vôlei feminino campeã em Pequim 2008.

A geração brasileira no voleibol masculino nos anos 2000 ganhou todas as competições possíveis/Divulgação/FIVB

CONSTRUÇÃO

O estilo de jogo brasileiro no voleibol foi construído geração após geração até alcançar o ápice nas conquistas de ouro dos dois naipes. Nos primórdios, durante o ciclo dos Jogos de Moscou e Los Angeles, capitaneados por Bebeto de Freitas, a seleção brasileira masculina adotou a velocidade das seleções asiáticas em seu padrão de jogo, concomitantemente, com a força física do estilo europeu. Além disso, o Brasil avançou em seu sistema de jogo, com uma formação tática semelhante ao utilizado pelos Estados Unidos naquela época.

MISTURA

Foi dessa miscelânea de escolas que surgiu o estilo de jogo do Brasil no voleibol. Entretanto, para atingir esse nível, o Brasil passou décadas lapidando atletas durante o período compreendido entre a década de 1980 e os anos 2000. Foram anos de investimento na base. Tecnicamente, formamos várias gerações talentosas que colocaram esse estilo de jogo em prática.

ESTILO

A principal premissa do estilo de jogo brasileiro no voleibol é o aspecto coletivo. Distribuição, variação e velocidade fazem parte do cardápio dos nossos levantadores. Vários deles estão entre os maiores da história na posição. Além disso, para colocar o plano de jogo deles em ação, sempre foi preciso excelência no passe, uma das espinhas dorsais do jogo coletivo brasileiro. Quantas vezes fomos salvos em quadra por uma linha de passe eficiente, após bombardeios dos adversários no serviço? Isso sem contar nosso sistema defensivo. Haja volume de jogo no fundo de quadra!

A UNIÃO FAZ A FORÇA

Acima de tudo, nosso jogo nunca foi baseado simplesmente na força, apesar das mudanças no voleibol moderno e as suas exigências físicas. Pelo contrário, dentro de quadra, o Brasil sempre desafiou esses limites. Mesmo com jogadores mais baixos, o Brasil conquistou o ouro olímpico por cinco vezes graças ao aspecto coletivo. Afinal o voleibol não é uma modalidade individual! O foco primordial do estilo de jogo brasileiro no voleibol é o coletivo, para que a partir disso, as individualidades possam aparecer.

OS AMISTOSOS DO BRASIL COM ALEMANHA

O Brasil saiu vitorioso da série de amistosos com a Alemanha no último final de semana. Foram duas vitórias nos dois jogos realizados com vistas à preparação para os Jogos Olímpicos de Paris. Os confrontos aconteceram na Europa. O primeiro na França, o segundo na Alemanha. Os brasileiros apresentaram evolução em relação ao que foi apresentando na Liga das Nações 2024. No triunfo por 3×2, com parciais de 21/25, 25/23, 29/31, 25/19, 17/15, o oposto brasileiro Darlan foi o maior pontuador do jogo, com 24 pontos. Pela Alemanha, Grozer marcou 22 pontos. O bloqueio do Brasil foi um dos destaques da suada vitória brasileira com 10 pontos. Somente o central Lucão marcou 5 pontos diretos no fundamento. O serviço brasileiro também foi bem no confronto, com 7 pontos diretos contra 4 dos alemães. O técnico Bernardinho parece ter encontrado a formação ideal do time com Bruninho, Darlan, Leal, Lucarelli, Flávio, Lucão, Thales (L). Entretanto, a melhor parcial do Brasil no jogo aconteceu após modificações no time, com a entrada de Lukas Bergmann e Isac a partir do 4º set.

O oposto Darlan foi o destaque na pontuação do Brasil nos amistosos com Alemanha/Divulgação/Volleyball World

SEGUNDO AMISTOSO

Na segunda vitória sobre a Alemanha, o Brasil fez sua melhor apresentação na série de amistosos com os europeus. Mais soltos, os brasileiros conseguiram marcar o ataque alemão com mais eficiência, forçando os alemães ao erro. O Brasil entrou em quadra com a mesma escalação do primeiro amistoso, dando prioridades ao ritmo de jogo do ponteiro Leal, mas após vencer as duas primeiras parciais fez trocas no time. Outro ponto alto do jogo, assim como no primeiro amistoso, foram as inversões de 5×1 realizadas por Bernardinho. Essa parece uma grande aposta de Bernardinho para os Jogos Olímpicos de Paris. O oposto Darlan mais uma vez foi o maior pontuador do jogo, com 18 pontos. Pela Alemanha, mesmo saindo da partida, em má jornada, Grozer marcou 12 pontos. No fim, vitória do Brasil, por 3×1, com parciais de 25/18, 25/22, 20/25, 25/21.

O FIM DO JEJUM JAPONÊS

Uma das seleções mais tradicionais do voleibol feminino, o Japão ficou 28 anos sem subir no pódio das Olimpíadas. Bicampeãs olímpicas em 1964 e 1976, as japonesas ficaram de jejum do pódio olímpico de Los Angeles 1984 até Londres 2012. Esse período compreende o momento em que o Japão entrou em um limbo na modalidade. As japonesas sofreram com o aumento padrão da estatura das jogadoras, além da falta de potência ofensiva. Nem mesmo o conhecido sistema defensivo do país conseguiu frear a decadência. O ápice da crise foi a ausência do Japão no voleibol feminino nos Jogos de Sydney em 2000. De lá para cá, o Japão se recuperou após uma reformulação na estrutura da modalidade, além da chegada de algumas jogadoras mais altas, sem perder a sua essência tática. Veja abaixo, um pouco dessa história.

A seleção japonesa feminina postulada após a disputa do bronze em Londres/Divulgação

MANABE

Após os Jogos de Pequim em 2008, o ex-levantador da seleção masculina japonesa, Manabe, assumiu o comando técnico da seleção feminina do Japão. Seu trabalho revolucionou a modalidade no país. Logo de cara, ele conquistou a medalha de bronze no Mundial 2010, jogando em casa. Para se ter uma ideia do alcance do resultado, as japonesas não conquistavam uma medalha em Campeonatos Mundiais desde 1978. Naquela ocasião, as japonesas foram vice-campeãs sendo superadas por Cuba.

EXPECTATIVA OLÍMPICA

O bronze no Mundial em casa fez as japonesas sonharem com um resultado melhor nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Entretanto, a concorrência era pesada. O Japão não figurava entre os favoritos ao pódio em Londres. Porém, a performance nas partidas da Copa do Mundo 2011 e do próprio Mundial 2010 mostraram que as japonesas poderiam surpreender! Quem não se lembra daquela semifinal do Mundial 2010 entre Brasil e Japão? As brasileiras sofreram para ganhar do Japão. Talvez, por esse desempenho, o Japão levou o bronze no Mundial 2010 contra os Estados Unidos.

JOGOS OLÍMPICOS DE LONDRES 2012

Em Londres 2012, o Japão não caiu no grupo da morte, mas teria adversários fortes pela frente como República Dominicana, Itália e Rússia. Além de cumprir seu papel vencendo a República Dominicana, por 3×1, as japonesas foram muito elogiadas nas derrotas para Rússia e Itália, por 3×1. O desafio seria avançar para semifinais. Pela frente, a rival China. Muito bem, corroborando o desempenho na 1ª fase, o Japão foi a única seleção do grupo A dos Jogos de Londres que conseguiu conquistar classificação para semifinais! Eliminou as chinesas no tie-break, em show da levantadora Takeshita e das ponteiras Kimura e Ebata.

DISPUTA DE BRONZE

Apesar do desempenho acima da média, o Japão não foi páreo para o Brasil nas semifinais, sendo eliminado da disputa do ouro, por 3×0. Mas havia a disputa do bronze, contra outra rival do continente, a Coreia do Sul. No histórico de confrontos, a Coreia do Sul levava vantagem sobre o Japão nas últimas décadas. Além disso, contava em seu elenco com a estupenda ponteira Kim. Porém, contrariando mais uma vez os prognósticos, o Japão bateu a Coreia do Sul, por 3×0, ficando com a medalha de bronze nos Jogos de Londres no voleibol feminino. No link abaixo, você acessa a partida que deu fim ao jejum de pódio olímpico do Japão no voleibol feminino.

SÉRVIA VENCE TORNEIO AMISTOSO NA POLÔNIA

Atual bicampeã mundial, a Sérvia venceu o torneio amistoso Agata Mroz. Disputado na Polônia, em homenagem a ex-jogadora polonesa, o torneio contou com a participação da Polônia, França, República Dominicana, além da própria Sérvia. Em formato de todos contra todos, a Sérvia ficou em 1º lugar, mesmo após perder ontem para República Dominicana, por 3×2. Dona da casa e adversária do Brasil na 1ª fase dos Jogos Olímpicos de Paris, a Polônia foi vice-campeã do torneio, após perder o jogo do título para Sérvia, hoje, por 3×1. Completou o pódio da competição, em 3º lugar, a seleção da República Dominicana depois de bater a França, por 3×0.

A Sérvia jogou a Liga das Nações com um time alternativo, visando preparação para os Jogos Olímpicos/Divulgação/X

TORNEIO AGATA MROZ

16/7 Sérvia 🇷🇸3×0🇫🇷França

16/7 Polônia 🇵🇱3×0🇩🇴Rep. Dominicana

18/7 Sérvia 🇷🇸2×3🇩🇴Rep. Dominicana

18/7 Polônia 🇵🇱3×0🇫🇷França

19/7 Rep. Dominicana🇩🇴3×0🇫🇷França

19/7 Polônia 🇵🇱1×3🇷🇸Sérvia

CLASSIFICAÇÃO FINAL

1 🇷🇸 Sérvia 7 pontos

2 🇵🇱 Polônia 6 pontos

3 🇩🇴 Rep. Dominicana 5 pontos

4 🇫🇷 França 0 pontos

A FINAL OLÍMPICA MAIS LONGA DA HISTÓRIA

A Polônia levou o seu único ouro olímpico nos Jogos de Montreal 1976/Reprodução/Internet

No século XX, os jogos de voleibol tinham vantagem assim como no tênis e terminavam em 15 pontos. Por causa disso, as partidas tinham longas durações. Em jogos muitos disputados, os confrontos costumavam durar mais de 3 horas. No caso dos Jogos Olímpicos, o cenário não era muito diferente. Em Montreal 1976, no Canadá, um recorde histórico foi quebrado, justamente na final olímpica! A disputa da medalha de ouro entre Polônia e União Soviética, que envolvia também geopolítica, foi o jogo de maior duração da história das Olimpíadas.

A vitória polonesa sobre os soviéticos, por 3×2, durou quatro horas e 36 minutos! Para se ter uma ideia do tamanho do fato, a transmissão da final olímpica pela TV Globo no Brasil foi interrompida antes do resultado final porque a emissora não tinha mais disponibilidade de satélite. O tie-break da final olímpica entre Polônia e URSS foi exibido no dia seguinte para os brasileiros. Desde 1999, os jogos de voleibol não tem mais vantagem. A contagem dos pontos é realizada de forma direta encerrando em 25 pontos. No link abaixo, você acessa ao compacto da final olímpica mais longa da história entre Polônia e URSS nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976.

O TAPETÃO NOS JOGOS OLÍMPICOS DE ATLANTA 1996

Quem ficou surpreso com os casos de doping da Rússia nos últimos anos precisa rever os seus conceitos! Além de disputarem os Jogos Olímpicos sob suspeita em Tóquio, os russos também são mestres em agir nos bastidores. Aliás, em algumas ocasiões, por várias vezes, o Comitê Olímpico Internacional foi acusado de favorecer os russos. Mas vamos ao fatos! Durante os anos seguintes ao colapso da União Soviética, mais precisamente no ciclo para Atlanta 1996, o esporte russo estava desorganizado. A maior prova disso é modalidade que nos cabe: o voleibol.

PRÉ-OLÍMPICO EUROPEU

Depois de terminar o Europeu em 1995 em 3º lugar, a Rússia ficou de fora da Copa do Mundo no Japão, que distribuía três vagas diretas para os Jogos Olímpicos de Atlanta, conquistadas por Cuba, Brasil e China. Para conseguir classificação olímpica, a Rússia deveria jogar o Pré-Olímpico Europeu na Alemanha em Bremen, em janeiro de 1996. Após vencer os três jogos da 1ª fase, a Rússia foi supreendida pela anfitriã Alemanha na decisão da vaga europeia. No confronto derradeiro, a Alemanha bateu a Rússia, por 3×2, com parciais de 4/15, 15/9, 15/5, 8/15, 16/14. Com o resultado, para disputar os Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, a Rússia deveria jogar uma repescagem mundial no Japão.

VIRADA DE MESA

No entanto, a poderosa Rússia jamais poderia disputar uma repescagem mundial para estar nas Olimpíadas. Deu-se a manobra! Simplesmente, a Rússia foi transferida de zona. O que isso significava? Ao invés de disputar a repescagem mundial, a Russia foi jogar na zona da África. Até Atlanta 1996 não havia o critério de cota continental para disputar as Olimpíadas. Aqueles Jogos Olímpicos seriam os primeiros a contemplar o continente africano no naipe feminino, mas devido manobra para salvar a Rússia, a primeira seleção africana que participou das Olimpíadas foi o Quênia em Sydney 2000.

Voltando ao assunto Pré-Olímpico Africano, o Egito seria a sede da competição, mas desistiu por falta de condições financeiras. O torneio trocou de local e foi disputado na Nigéria. Sob protestos de Nigéria e Quênia, a Rússia conquistou a vaga olímpica que seria da África para os Jogos de Atlanta 1996. A Nigéria ainda poderia tentar a vaga olímpica na repescagem mundial no Japão, mas foi substituída pela Romênia. O blog não conseguiu descobrir os motivos da substituição da Nigéria pela Romênia.

Como observa-se todo esse imbróglio é tão cabuloso que há pouquíssimos registros na internet. Agora, imagina você caro leitor se um escândalo do tipo acontece nos dias de hoje? Para você ter uma ideia do alcance disso tudo, o Brasil poderia ter perdido a sua primeira medalha olímpica no vôlei feminino para a Rússia na disputa de bronze em Atlanta 1996. Já pensou nisso?

O lendário Nikolay Karpol era o comandante técnico russo naquela época/Divulgação

O CALVÁRIO ITALIANO NAS OLIMPÍADAS

Se tem uma coisa que italiano não gosta, é de dar vexame. Mas quando o assunto é Olimpíadas a vergonha é inevitável. Donos de uma das maiores ligas de voleibol do planeta, os italianos nunca ganharam o ouro olímpico na modalidade seja no masculino ou feminino. A lista de fracassos é enorme, porém para os Jogos Olímpicos de Paris, os italianos estão confiantes que finalmente vão alcançar os seus objetivos. Será que agora vai?

Os italianos conquistaram a prata nos Jogos do Rio 2016/Divulgação

MASCULINO

O sucesso do voleibol de clubes na Itália fez emergir a seleção nacional do país na década de 1980. A primeira medalha olímpica do país, o bronze nos Jogos de Los Angeles 1984, foi a prova disso. Apesar do boicote do bloco soviético, os italianos fizeram por merecer essa medalha. A Itália foi a grande referência na época quando o assunto era Liga Nacional. Eles foram um dos responsáveis pela profissionalização da modalidade, mas isso nunca lhes garantiu uma medalha de ouro.

LISTA DE FRACASSOS

A lista de fracassos olímpicos da Itália é enorme! Eles sempre se deram melhor em Campeonatos Mundiais do que com Olimpíadas. Tudo começou na década de 1990. No período, os italianos foram hegemônicos no voleibol masculino, sendo tricampeões mundiais, além de vencer a Liga Mundial por oito vezes, mas não conquistaram o ouro olímpico.

Na condição de favoritos, os italianos sequer disputaram medalha nos Jogos de Barcelona 1992, sendo eliminados nas quartas de final pela Holanda. Quatro anos mais tarde, mais uma decepção! Depois de chegarem invictos na final olímpica em Atlanta 1996, os italianos perderam o ouro olímpico por 3×2. Os algozes novamente foram os holandeses. Talvez essa tenha sido a maior chance da Itália de levar o ouro nas Olimpíadas. Em Sydney 2000, a lista de fracassos foi atualizada com sucesso! Dessa vez, a Itália perdeu a semifinal para Iugoslávia, ficando com o bronze.

DÉCADA DE 2000

Nos anos 2000, a Itália perdeu a hegemonia na modalidade no naipe masculino para o Brasil. As duas seleções parecem ter trocado de papéis. Os brasileiros foram tricampeões mundiais, além de vencer a Liga Mundial por oito vezes, mas diferentemente dos italianos na década de 1990, o Brasil foi campeão olímpico em Atenas 2004. A disputa desse ouro foi justamente contra Itália. Os brasileiros venceram a final olímpica por 3×1. Desde então, a Itália parece perdida quando o assunto são os Jogos Olímpicos.

REVANCHE

Depois de Atenas, o Brasil virou a pedra no sapato da Itália nas Olimpíadas. Foram duas eliminações em semifinais na sequência nos Jogos de Pequim 2008 e Londres 2012, além de mais uma derrota em final olímpica nos Jogos do Rio 2016. No restrospecto de confrontos entre as duas seleções nas Olimpíadas, a vantagem do Brasil é considerável. Os italianos venceram o Brasil apenas uma vez, mais precisamente, na 1ª fase dos Jogos do Rio em 2016, enquanto os brasileiros ganharam 7 jogos da Itália em Jogos Olímpicos. Em Paris, as duas seleções estão na mesma chave na 1ª fase. Quem vai levar a melhor? Brasil ou Itália?

FEMININO

Se a lista de fracassos olímpicos da Itália no naipe masculino é grande, o feminino não fica muito atrás. As italianas sequer conseguiram alguma vez em Jogos Olímpicos disputar medalhas. Sempre foram eliminadas nas quartas de final. Isso sem contar as duas vezes em que foram eliminadas na fase de grupos nos Jogos de Sydney 2000 e Rio 2016.

O histórico é longo! Na condição de campeãs mundiais, as italianas caíram para Cuba em Atenas 2004. Quatro anos mais tarde, em Pequim, em meio ao imbróglio envolvendo a cubana Aguero e ditadura de Fidel, foram eliminadas nas quartas de final pelos Estados Unidos por 3×2. Em Londres 2012, talvez o maior vexame italiano, derrota para Coreia do Sul da ponteira Kim, por 3×1, também nas quartas de final. Fechando o histórico olímpico, já com a geração de Egonu, um novo revés nas quartas de final, para Sérvia em Tóquio, por 3×0. Será que isso tudo não passa de maldição?

O DESEMPENHO OLÍMPICO DE BERNARDINHO E ZÉ ROBERTO

O símbolo olímpico

Dois dos maiores técnicos do mundo no voleibol são brasileiros. Bernardinho e José Roberto Guimarães são alguns dos responsáveis pelo sucesso do Brasil na modalidade. José Roberto Guimarães está à frente da seleção brasileira feminina desde 2003. São mais de 20 anos no comado da seleção feminina. Ele também teve passagens pela seleção brasileira masculina na década de 1990. Já Bernardinho voltou ao comando da seleção masculina neste ano. Anteriormente, ele foi técnico do Brasil durante 15 anos, entre 2001 e 2016. Assim como José Roberto Guimarães, Bernardinho também teve passagens pelo outro naipe da seleção brasileira, na década de 1990. Abaixo, você confere um panorama do desempenho olímpico desses dois grandes treinadores.

DENTRO DE QUADRA

Pouca gente sabe, mas José Roberto Guimarães defendeu a seleção brasileira masculina nos Jogos Olímpicos de Montreal em 1976 como atleta. Ele era levantador reserva do time brasileiro. Ao final daqueles Jogos, o Brasil terminou em 7º lugar. Como jogador, Bernardinho também fez parte da seleção brasileira masculina. Ele disputou os Jogos Olímpicos de Moscou e Los Angeles em 1980 e 1984. Assim como Zé Roberto, ele era reserva do time brasileiro. Mas ao contrário de Zé Roberto, Bernardinho conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.

ASSISTENTE TÉCNICO

Bernardinho e José Roberto Guimarães foram assistentes técnicos da seleção brasileira masculina durante o período em que Bebeto de Freitas retornou ao comando do voleibol masculino brasileiro. Os dois principais técnicos do Brasil foram lapidados por Bebeto de Freitas antes de alçar voos mais altos.

MEDALHAS OLÍMPICAS

José Roberto Guimarães saiu na frente de Bernardinho ao conquistar o primeiro ouro olímpico nos Jogos de Barcelona 1992. O Brasil já havia sido medalha de prata em Los Angeles 1984, como dito acima, com Bernardinho como levantador reserva. Mas se Zé Roberto levou o primeiro ouro olímpico no masculino, Bernardinho ganhou a primeira medalha olímpica do voleibol feminino em Atlanta 1996. Naquela Olimpíada, o Brasil foi bronze. Em Sydney 2000, Bernardinho repetiu a dose e pela segunda vez consecutiva levou o bronze com a seleção brasileira feminina.

DÉCADA DE OURO

Nos anos 2000, Bernardinho e José Roberto Guimarães trocaram de lugar no comando técnico do Brasil. Bernardinho assumiu a seleção masculina em 2001, José Roberto Guimarães assumiu a seleção feminina em 2003. Nesse período, o Brasil estabeleceu uma hegemonia no naipe masculino, que perdurou da conquista do ouro olímpico em Atenas 2004 até a medalha de prata em Pequim 2008, além de conquistar a primeira medalha olímpica do voleibol feminino em Pequim. Com essa conquista, José Roberto Guimarães se tornou o primeiro técnico campeão olímpico no masculino e feminino.

SALDO FINAL

José Roberto Guimarães ainda conquistou o bicampeonato olímpico com a seleção feminina nos Jogos de Londres em 2012. Bernardinho não ficou por baixo. Levou o ouro olímpico em casa nos Jogos do Rio em 2016 e a prata em Londres 2012. Na última edição dos Jogos em Tóquio, ele não era mais técnico da seleção masculina, que acabou perdendo a disputa de bronze para Argentina. Já Zé Roberto foi prata, depois de ser derrotado na final olímpica pelos Estados Unidos.

No saldo final, Bernardinho conquistou mais medalhas olímpicas do que José Roberto Guimarães. Ao todo, são dois ouros, três pratas (incluindo como atleta), 2 bronzes para Bernardinho. Porém, José Roberto Guimarães levou mais ouros. Ao todo são três ouros olímpicos e uma prata para Zé Roberto. E para você vôlei fã quem tem o melhor desempenho olímpico? Bernardinho ou José Roberto Guimarães?

POLÔNIA VENCE TORNEIO MEMORIAL WAGNER

Adversária do Brasil na fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Paris no voleibol masculino, a Polônia venceu o tradicional torneio amistoso Memorial Wagner. Jogando em casa, na cidade de Cracóvia, a Polônia venceu os três jogos da competição contra Egito, Alemanha e Eslovênia. No jogo título, neste domingo, 14 de julho, os poloneses ganharam da Eslovênia por 3×1 com parciais de 25/20, 26/28, 25/14, 26/24. Outro adversário do Brasil na 1ª fase das Olimpíadas de Paris, o Egito encerrou o torneio em 4º lugar, com três derrotas em três jogos. Na disputa do bronze hoje, 14 de julho, o Egito foi superado pela Alemanha também por 3×1 com parciais de 25/14, 26/24, 17/25, 25/19. Com o resultado, os alemães ficaram com o bronze do torneio. Na próxima sexta-feira, 19 de julho, a Alemanha enfrenta o Brasil em amistoso disputado na França, às 16h, com transmissão do SPORTV 2.

TORNEIO MEMORIAL WAGNER

12/7 Polônia 🇵🇱3×0🇪🇬Egito

12/7 Eslovênia 🇸🇮3×2 🇩🇪Alemanha

13/7 Polônia 🇵🇱3×2 🇩🇪Alemanha

13/7 Eslovênia 🇸🇮3×1🇪🇬Egito

14/7 Polônia 🇵🇱3×1 🇸🇮Eslovênia

14/7 Alemanha 🇩🇪3×1🇪🇬Egito

Os poloneses estão no mesmo grupo do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris/Divulgação