Uma das características principais da escola de voleibol brasileira é o jogo coletivo. Sempre tivemos ótima matéria-prima, mas nem sempre os maiores pontuadores, apesar do talento dos nossos jogadores. Além disso, para enfrentar os limites e a força física dos nossos adversários, optamos por um estilo de jogo mais sofisticado, baseado na velocidade e no volume no fundo de quadra. Nos últimos anos, esse estilo de jogo está se perdendo, complicando o rendimento das nossas seleções no cenário internacional. No auge do Brasil na modalidade na década de 2000, tivemos dois grandes exemplos do que somos capazes de fazer dentro de quadra: a geração do vôlei masculino campeã em Atenas 2004 e geração do vôlei feminino campeã em Pequim 2008.

CONSTRUÇÃO
O estilo de jogo brasileiro no voleibol foi construído geração após geração até alcançar o ápice nas conquistas de ouro dos dois naipes. Nos primórdios, durante o ciclo dos Jogos de Moscou e Los Angeles, capitaneados por Bebeto de Freitas, a seleção brasileira masculina adotou a velocidade das seleções asiáticas em seu padrão de jogo, concomitantemente, com a força física do estilo europeu. Além disso, o Brasil avançou em seu sistema de jogo, com uma formação tática semelhante ao utilizado pelos Estados Unidos naquela época.
MISTURA
Foi dessa miscelânea de escolas que surgiu o estilo de jogo do Brasil no voleibol. Entretanto, para atingir esse nível, o Brasil passou décadas lapidando atletas durante o período compreendido entre a década de 1980 e os anos 2000. Foram anos de investimento na base. Tecnicamente, formamos várias gerações talentosas que colocaram esse estilo de jogo em prática.
ESTILO
A principal premissa do estilo de jogo brasileiro no voleibol é o aspecto coletivo. Distribuição, variação e velocidade fazem parte do cardápio dos nossos levantadores. Vários deles estão entre os maiores da história na posição. Além disso, para colocar o plano de jogo deles em ação, sempre foi preciso excelência no passe, uma das espinhas dorsais do jogo coletivo brasileiro. Quantas vezes fomos salvos em quadra por uma linha de passe eficiente, após bombardeios dos adversários no serviço? Isso sem contar nosso sistema defensivo. Haja volume de jogo no fundo de quadra!
A UNIÃO FAZ A FORÇA
Acima de tudo, nosso jogo nunca foi baseado simplesmente na força, apesar das mudanças no voleibol moderno e as suas exigências físicas. Pelo contrário, dentro de quadra, o Brasil sempre desafiou esses limites. Mesmo com jogadores mais baixos, o Brasil conquistou o ouro olímpico por cinco vezes graças ao aspecto coletivo. Afinal o voleibol não é uma modalidade individual! O foco primordial do estilo de jogo brasileiro no voleibol é o coletivo, para que a partir disso, as individualidades possam aparecer.
