
Após uma cerimônia de abertura apoteótica, os Jogos Olímpicos de Paris começam para valer neste sábado, 27 de julho. O Brasil estreia no voleibol masculino contra Itália, às 8h da manhã, em partida válida pelo grupo B do torneio olímpico. Além de brasileiros e italianos também estão na mesma chave Polônia e Egito. Outros dois grupos com 4 seleções completam a disputa de medalhas em Paris 2024. Sobre isso, em relação aos Jogos Olímpicos anteriores, houve uma modificação importante no formato de disputa. Ao invés de estarem divididos em dois grupos com 6 seleções cada, em Paris, como dito acima, serão três grupos com 4 seleções cada. Segundo o COI, a medida visa melhorar a qualidade do espetáculo e a recuperação dos atletas.
Esportivamente falando, a mudança transforma o torneio olímpico de voleibol em uma competição de tiro curto, sem margem para erros. Uma derrota na fase de grupos já complica toda situação das seleções na disputa. Em edições anteriores dos Jogos, vimos grandes campanhas de recuperação, após uma 1ª fase irregular de algumas seleções. Nesse novo formato de disputa, as chances de recuperação com a competição em andamento são menores. Além disso, a classificação para fase eliminatória depende dos resultados dos outras grupos para definir o chaveamento. Hipoteticamente, pode acarretar confrontos nas quartas de final com seleções da mesma chave na 1ª fase.
No caso da seleção brasileira masculina, o Brasil caiu no grupo da morte do torneio olímpico de voleibol. Como dito acima, os brasileiros terão pela frente na 1ª fase: Itália, Polônia e Egito. Para o leitor ter uma ideia da dificuldade, o grupo é formado por nada mais nada menos, com exceção do Egito, pelo pódio do Mundial 2022. Na competição em questão, o Brasil foi bronze, a Polônia prata e a Itália campeã mundial dentro do domínio polonês.
Os outros grupos do torneio olímpico masculino de voleibol são formados pela chave A: França, Canadá, Eslovênia e Sérvia e a chave C: Japão, Estados Unidos, Argentina e Alemanha. Sobre esses grupos temos algumas curiosidades. Atual campeã olímpica, a anfitriã França terá pela frente como um dos seus adversários nas Olimpíadas um país colonizado por ela, o Canadá. Também no mesmo grupo, se enfrentam Sérvia e Eslovênia, dois países que faziam parte da antiga Iugoslávia, campeã olímpica de voleibol masculino em Sydney 2000. Já na chave C, o fato que chama atenção, é que no esquenta para os Jogos Olímpicos, durante a VNL 2024, o Japão venceu todos os jogos contra o adversários do seu grupo em Paris. Por estes resultados, não por acaso, os japoneses chegaram na final da competição e são cabeça de chave do grupo C nas Olimpíadas.

FEMININO
Entre as mulheres, o Brasil estreia somente na segunda-feira, 29 de julho, contra o Quênia, também às 8h da manhã. Além das africanas, a chave das brasileiras em Paris é composta por Polônia e Japão. Como já destacado na imprensa e nas redes sociais, essas duas seleções derrotaram o Brasil nas finais da Liga das Nações. Após uma campanha impecável na fase regular, as brasileiras acabaram ficando em 4º lugar na VNL 2024.
Entretanto, como sabemos, nem sempre a VNL é parâmetro para Olimpíadas. No ciclo passado, devido à pandemia, a Liga das Nações foi importante para o ganho de ritmo de jogo das seleções. Isso inclusive foi empecilho para o rendimento de Itália e Sérvia em Tóquio, já que jogaram a VNL 2021 com times alternativos na bolha de Rimini. Para 2024, mesmo com o precedente, a Sérvia repetiu a dose e jogou a Liga das Nações deste ano com uma equipe B. A Itália fez o caminho inverso e ganhou a competição. Porém, às vésperas dos Jogos, isso pode não significar nada.
Seja por esse motivo ou não, enquanto a Sérvia chega aos Jogos Olímpicos inteira, a Turquia está com vários problemas físicos. O calendário de clubes parece ter esgotado o elenco turco. A situação está tão crítica, que chegou ao ponto da Turquia realizar trocas polêmicas em seu elenco para Olimpíadas, em cima da hora. A Sérvia também adotou o mesmo expediente, sob protestos nas redes socais e segundo fontes da imprensa também entre o meio do voleibol.
Em quadra, poderemos avaliar qual foi a melhor estratégia. Disputar a Liga das Nações com a força máxima ou não? Para as seleções que se classificaram para Paris pelo ranking não havia outra saída. Como no caso de China e Itália. Mas para Sérvia e Turquia havia essa opção. A Sérvia está no grupo da morte do torneio olímpico de vôlei feminino, que curiosamente contém o pódio dos Jogos do Rio 2016 na modalidade, com Estados Unidos e China, além da França, em sua primeira participação olímpica no naipe feminino. Já a Turquia está em uma chave mais acessível com Itália, Holanda e República Dominicana. Quem levará a melhor?
PROJEÇÕES
Na expectativa para os Jogos Olímpicos, muitos veículos de imprensa fizeram projeções. Especificamente no voleibol, algumas surpresas como ouro para o Brasil no masculino e prata no feminino. Analisando friamente hoje, entre as mulheres, o Brasil tem mais chances de subir ao pódio do que entre os homens. Mas se fosse para apostar, o blog apontaria bronze para o Brasil nos dois naipes. Porém, o Brasil está longe do favoritismo. No masculino, as principais forças são Itália, Polônia, França e Estados Unidos. No feminino, Sérvia, Estados Unidos, Itália e Turquia. Que comecem os Jogos!

