O TÍTULO MUNDIAL DOS ESTADOS UNIDOS

Os Estados Unidos no pódio do Mundial feminino 2014/Divulgação/FIVB

Depois de muito tempo, os Estados Unidos finalmente ganharam uma grande competição no voleibol feminino. As norte-americanas levaram a taça do Campeonato Mundial em 2014 na Itália. Anteriormente, os Estados Unidos haviam vencido o Grand Prix, por cinco vezes, além de terem sido vice-campeões olímpicos por três vezes, antes de levar a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio em 2021. Aliás, duas dessas medalhas de prata das norte-americanas nos Jogos Olímpicos são cercadas de histórias traumáticas, uma delas envolvendo o Brasil em Londres 2012. Confira abaixo, como dois anos depois de Londres, os Estados Unidos viraram o jogo conquistando o Mundial 2014, título que até hoje o Brasil não venceu no vôlei feminino.

REFORMULAÇÃO GERAL

Após mais um fracasso olímpico em Londres, os Estados Unidos promoveram uma reformulação geral no time feminino de voleibol. Com um trabalho de base de excelência nas universidades, uma nova geração talentosa chegou ao time adulto sob o comando de um novo técnico, o lendário Karch Kiraly, considerado o melhor jogador da história da modalidade no naipe masculino. Um trabalho de garimpo no país, capitaneado por ele, que mudou a cara da seleção nacional.

ESTILO DE JOGO

Uma das mudanças promovidas por Karch Kiraly foi a obsessão por opostas canhotas. Em seu sistema tático que privilegiava a velocidade era fundamental manter a virada de bola com uma oposta canhota. No garimpo realizado por ele, essa jogadora foi encontrada. Tratava-se de Kelly Murphy. Além disso, mesmo com uma levantadora remanescente do ciclo passado, no caso Alisha Glass, Karch Kiraly imprimiu um ritmo na armação das jogadas que ainda não tinha sido visto no voleibol feminino. O trabalho de sua levantadora foi comparada ao lendário levantador brasileiro, Ricardinho, tamanha a velocidade da distribuição do seu jogo.

PRÉ-MUNDIAL

Antes do Mundial 2014, os Estados Unidos fizeram campanhas modestas com relação ao potencial do time. Além do 6º lugar no Grand Prix 2013, os Estados Unidos ficaram de fora da fase final da competição em 2014. Como resultado mais alvissareiro, às norte-americanas foram vice-campeãs da Copa dos Campeões em 2013 no Japão. Pouco, para o que vinha pela frente, porém, dentro do previsto dado o tamanho da reformulação realizada por Karch Kiraly.

FASE DE GRUPOS

Na 1ª fase do Mundial 2014, os Estados Unidos caíram no mesmo grupo da Rússia, atual bicampeã mundial, em Verona. Além das russas, os Estados Unidos tiveram como adversários: México, Holanda, Cazaquistão e Tailândia. Na estreia, os Estados Unidos tomaram um susto, perdendo uma parcial para o México. Nos jogos seguintes, três vitórias por 3×0, contra holandesas, tailandesas e cazaques. No grande duelo pela liderança chave, os Estados Unidos passaram pelo primeiro grande teste da competição, ao bater a Rússia, por 3×1, com parciais de 34/32, 25/19, 29/31, 26/24.

2ª FASE

Na 2ª fase, os Estados Unidos tiveram o primeiro encontro com o Brasil na competição. O grupo das norte-americanas cruzava com o o grupo do Brasil, com 4 jogos para cada seleção. As três melhores avançavam para 3ª fase. Estados Unidos, Rússia e Brasil eram os favoritos do grupo, mas a chave brasileira teoricamente era mais difícil. Para supresa de muitos, os Estados Unidos ganharam dos adversários do Brasil na 1ª fase com certa tranquilidade. Vitória por 3×1 contra a Turquia e por 3×0 contra Sérvia e Bulgária. No duelo derradeiro com o Brasil, pela liderança da chave, uma surpresa! Depois do episódio de Londres, em que poderia ter eliminado o Brasil dos Jogos Olímpicos na 1ª fase, caso perdesse para a Turquia, os Estados Unidos entraram com um time considerado reserva para o jogo com as brasileiras no Mundial 2014. Tal fato foi marcante para torcida brasileira porque nesse dia aconteceu votação presidencial no país pelo 1º turno eleitoral. Resultado: vitória do Brasil por 3×0. No link abaixo, você acessa essa partida no YouTube.

3ª FASE

Os cálculos dos Estados Unidos na partida com o Brasil na 2ª fase jogaram as norte-americanas no grupo da Itália, dona da casa, na 3ª fase. Além das italianas, os Estados Unidos enfrentariam também novamente a Rússia. Na partida com a Itália, os Estados Unidos sofreram uma derrota acachapante por 3×0. Tudo parecia perdido para elas após esse revés, mas uma nova vitória sobre a Rússia por 3×1, combinada com revés das russas para Itália, também por 3×1, classificaram os Estados Unidos para semifinais. No link abaixo, você acessa o jogo em que a Itália despachou a Rússia, ajudando os Estados Unidos.

ACERTO DE CONTAS

Nas semifinais, aconteceu o segundo encontro de Estados Unidos e Brasil no Mundial 2014. Um verdadeiro acerto de contas após os Jogos Olímpicos de Londres. Dessa vez, com o time completo, ao contrário da partida da 2ª fase, os Estados Unidos não deram chances para o Brasil, dando o troco nas brasileiras pela derrota na final olímpica de 2012. Em sets diretos, vitória dos Estados Unidos com parciais de 25/18, 29/27, 25/20. No link abaixo, você acessa essa semifinal entre Brasil e Estados Unidos.

DECISÃO DO TÍTULO

Na grande final da competição, o adversário dos Estados Unidos seria a grande rival no cenário geopolítico, China. Após uma campanha ruim em Londres, a China também estava reformulada com Lang Ping no banco como treinadora, além do fenômeno Ting Zhu com apenas 20 anos de idade. Com bom jogo coletivo, os Estados Unidos conseguiram neutralizar a ponteira chinesa, além de contar com grande atuação de Kim Hill. Sua performance foi tão decisiva, que ela acabou eleita melhor jogadora da competição. Enfim, finalmente o título mundial norte-americano veio, com um triunfo por 3×1 sobre as chinesas. No link abaixo, você acessa a final do Mundial 2014 no YouTube.

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