A PRIMEIRA MEDALHA OLÍMPICA DO VÔLEI MASCULINO

A seleção brasileira masculina de vôlei no pódio dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984

Em 1984, nos Jogos de Los Angeles, o Brasil subiu ao pódio olímpico do voleibol masculino pela primeira vez. Capitaneados por Bebeto de Freitas, a seleção formada por Renan Dal Zotto, William, Bernard, Xandó, Montanaro, Amauri, Fernandão, Bernardinho, Domingos Maracanã, entre outros, conquistou a medalhada de prata. Graças a eles, a modalidade virou uma verdadeira febre no país à época. Se hoje o voleibol é o segundo esporte no Brasil, deve-se em muito a popularmente conhecida “geração de prata”. Para se ter uma ideia da importância daquela geração, além de talentosos, a maioria deles empreendeu por toda a estrutura do esporte no Brasil. Entre os principais legados, a liderança técnica de Bernardinho nas seleções feminina e masculina, que perduram até os dias de hoje.

LOS ANGELES 1984

Antes dos Jogos Olímpicos de 1984 começar, o Brasil era favorito ao ouro no voleibol masculino. A seleção brasileira era atual vice-campeã mundial e acabava de vencer a URSS no Maracanã lotado em 1983, por 3×1, devolvendo a derrota da final do Mundial de 1982. No entanto, esse favoritismo brasileiro era apontado porque a URSS boicotou os Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, por motivos políticos. Sem um rival à altura, o ouro brasileiro era considerado quase certo, pela crítica.

FASE DE GRUPOS

Na 1ª fase da competição, os brasileiros teriam pela frente Argentina, Tunísia, Coreia do Sul e os Estados Unidos, donos da casa. Em sua estreia, o Brasil passou pela Argentina, por 3×1. Logo em seguida, novo triunfo, sobre a Tunísia, por 3×0. Veio então a supresa! Sob um intenso jogo de velocidade, a seleção brasileira acabou derrotada pela Coreia do Sul, por 3×1. Como apenas duas seleções avançariam de fase na chave, seria necessário vencer os Estados Unidos e fazer contas.

FINAL ANTECIPADA

Após a vitória da Coreia do Sul sobre a Argentina por 3×2, na última rodada da 1ª fase, o Brasil entrava mais do que nunca em quadra precisando ganhar dos Estados Unidos. Os norte-americanos já estavam classificados para semifinais. Jogaram contra os brasileiros, sem responsabilidade, segundo consta, com seu time considerado reserva. Na quadra, em sua melhor atuação na competição, o Brasil superou a pressão da torcida californiana, vencendo os Estados Unidos, por 3×0, com parciais de 15/10, 15/11, 15/2. Nesse link, você assiste ao compacto desse jogo.

SEMIFINAIS

Nas semifinais o Brasil teve pela frente os italianos, que estavam em ascensão no cenário internacional. Já os Estados Unidos enfrentaram o vizinho Canadá. O Brasil chegou a sair perdendo para Itália, mas venceu a semifinal, por 3×1, com parciais de 12/15, 15/3, 15/2, 15/5. Já os norte-americanos passaram sem sustos sobre o Canadá, por 3×0, com parciais de 15/6, 15/10, 15/7.

DECISÃO DO OURO

Após grande atuação na 1ª fase contra os Estados Unidos, os brasileiros entraram em quadra para decisão do ouro, cercados de grandes expectativas, mas o que se viu em quadra foi uma grande decepção! O Brasil teve um desempenho abaixo da crítica, enquanto os norte-americanos mostraram o seu verdadeiro nível de jogo, escondido na partida da 1ª fase.

A decepção foi tão grande, que todo um trabalho de anos foi colocado em xeque. Segundo consta, um dos motivos para má atuação, foi o desentendimento entre a CBV, jogadores e seus patrocinadores. Os três não conseguiram entrar em acordo sobre a utilização do material esportivo dos atletas. Nada comprovado até hoje, tudo conversa de bastidores.

Mas a verdade é que os norte-americanos mereceram a vitória. Liderados pelo técnico Doug Beal, introduziram no esporte o uso de estatísticas, além da definição de função de cada jogador em quadra. Ao Brasil, restou um grande legado, que colheu frutos no futuro, como avalia-se atualmente. Além disso, a “geração de prata” deixou como inovação na modalidade a técnica do saque viagem, introduzida no esporte pelos brasileiros, para minimizar a baixa estatura, além da variação de jogadas e velocidade imprimidas pelo levantador William.

No link abaixo, você assiste a decisão da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, que virou um clássico mundial, entre Brasil e Estados Unidos.

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