O SURPREENDENTE FINAL DA TEMPORADA 2013/2014

Há dez anos, a Superliga Feminina tinha um dos finais mais inesperados de sua história. Para não dizer que estou mentindo, em comparação histórica, somente na extinta Liga Nacional feminina 93/94, uma temporada antes do lançamento da Superliga no Brasil, houve algo igual, com terceiro e quarto colocados da 1ª fase decidindo o título.

Para começar a contar essa história, é preciso que o leitor entenda o contexto da competição. Visando aumentar a representatividade, a temporada 2013/2014 da Superliga Feminina foi uma das mais inchadas de todos os tempos, com 14 clubes. Tinha time até do Maranhão. Outra medida curiosa foi a mudança na extensão do placar.

Para tentar diminuir a duração dos jogos, atendendo demandas da televisão, essa temporada da Superliga Feminina serviu de teste para mudança no números totais de pontos no placar, de 25 pontos para 21 pontos. Felizmente, percebe-se que a ideia deu errado. Teve jogo com duração maior de tempo mesmo com parciais finalizadas com 21 pontos.

O Rexona venceu a temporada 2013/2014 da Superliga Feminina. Foi o nono título na história da competição/Divulgação

1ª FASE

Na 1ª fase, os dois times finalistas, Rexona e Sesi fizeram campanhas irregulares. O time de Bernardinho terminou em 3º lugar na fase regular, atrás de Osasco e Vôlei Amil de Campinas, time de José Roberto Guimarães. Fato raro em se tratando de uma equipe de Bernardinho, até então. As más línguas disseram na época que Bernardinho estava ocupado com política. Já o Sesi, dirigido pelo campeão olímpico, Talmo, esteve quase ameaçado de ficar fora dos playoffs. Mesmo com grandes reforços, como a levantadora Dani Lins e a central Fabiana, o time de São Paulo demorou a engrenar. O ponto da virada foi a conquista do Sul-Americano 2014, contra Osasco, em pleno domínio adversário.

MATA-MATA

Nas quartas de final da Superliga Feminina 2013/2014, Rexona e Sesi tiveram pela frente confrontos mais difíceis que Osasco e Vôlei Amil. O time de Bernardinho enfrentou a tradicional equipe do Pinheiros. No jogo 1 da série melhor de três, o Pinheiros chegou a estar vencendo, por 2×0, mas o Rexona conseguiu virar a partida para 3×2. Já o Sesi, precisou de três jogos para eliminar o Praia de Uberlândia, que vinha em ascensão na Superliga Feminina.

SEMIFINAIS

As semifinais daquela temporada aconteceram entre Rexona x Vôlei Amil e Osasco x Sesi. O primeiro confronto marcava o duelo entre os dois técnicos de seleção brasileira. Já a outra semifinal, seria a chance do Osasco devolver a derrota do Sul-Americano para o Sesi. Mas não foi isso que aconteceu! Contrariando todos os prognósticos, o Sesi eliminou o Osasco, por 2×0, quebrando a maior série de vitórias da história da Superliga Feminina, conquistada pelo Osasco, com 28 triunfos consecutivos.

Além disso, depois de 12 temporadas, o Osasco não era finalista da Superliga Feminina. Para se ter uma ideia do feito, até aquele momento, com poucos anos de história, o Sesi nunca havia vencido o Osasco na Superliga Feminina. Tudo isso foi possível, graças ao entrosamento de Dani Lins e Fabiana e as inversões de 5×1 cirúrgicas do técnico Talmo.

O jogo 2 da série melhor de três entre as duas equipes, é um dos mais dramáticos da história da Superliga Feminina. O Osasco teve vários match points para empatar a série com o Sesi, mas não conseguiu fechar a partida. No link abaixo, você acessa o jogo 2 no YouTube.

A outra semifinal da competição, entre os times de Bernardinho e José Roberto Guimarães, não deveu em nada ao confronto paulista. Rexona e Vôlei Amil fizeram um duelo tático digno de final de Jogos Olímpicos. Nos dois jogos da série, principalmente em Campinas, Bernardinho desmontou o esquema tático de José Roberto.

O time de Campinas jogava com uma “falsa oposta” que privilegiava a recepção, ao invés da virada de bola. Quem atuava na posição era norte-americana Kristin Hildebrand que jogava pelos Estados Unidos na entrada de rede. Além disso, a central Walewska do Campinas jogava passando no fundo de quadra. Praticamente um vôlei retrô!Tudo isso, para aproveitar o potencial na ponta de Natália e Tandara. Não deu certo. No link abaixo, você acessa no YouTube, o jogo 1 e 2 da série entre Rexona e Vôlei Amil.

DECISÃO

Na decisão do título, mais um roteiro inesperado. Com muita pressão no serviço, o Rexona abriu 2×0 no placar com extrema facilidade. O Sesi devolveu na mesma moeda na terceira parcial. Mas no fim, deu Rexona, pela nona vez na história da Superliga Feminina, por 3×1. Depois de semifinais eletrizantes, a final ficou abaixo das expectativas, com parciais atípicas. Mais uma surpresa dessa temporada da Superliga Feminina, que definitivamente entrou para história!

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