
Há 15 anos, na Olimpíada de Pequim, finalmente, o Brasil conquistava o ouro no vôlei feminino. Contra tudo e contra todos, as brasileiras calaram os críticos, apagando uma série de insucessos anteriores. Sob a liderança de Fofão, as brasileiras realizaram uma campanha impecável. Deu tudo certo para o Brasil! Com apenas uma parcial perdida, em 8 jogos, as brasileiras subiram no lugar mais alto do pódio, com a melhor performance da história da modalidade nos Jogos Olímpicos. Mas essa conquista não teria o mesmo sabor, não fosse a superação das brasileiras, depois da decepção dos Jogos de Atenas. Confira a seguir, um pouco dessa história.

CORTE DE UM ÍDOLO
Após um ano de 2007 difícil, José Roberto Guimarães se viu em uma situação complicada às vésperas da Olimpíada de Pequim. O até então campeão olímpico em Barcelona, no naipe masculino, ficou entre a cruz e a espada para decidir sobre os cortes na delegação brasileira. Fechado com o grupo, reintegrou Mari ao time na posição de ponteira e cortou a levantadora Fernanda Venturini, ídolo do Brasil na modalidade. Obviamente, foi alvo de críticas, mas bancou sua escolha com o argumento de respeito ao ciclo olímpico. Fernanda Venturini não fez parte da seleção durante os quatro anos anteriores da Olimpíada de Pequim. Em seu lugar, Zé Roberto convocou Carol Albuquerque.
PONTEIRA OU OPOSTA?
Como dito acima, Mari voltou para seleção brasileira na posição de ponteira. Originalmente, Mari jogava como oposta. Mas nesta posição, o Brasil tinha Sheilla voando. Zé Roberto, muito perspicaz, deslocou Mari de posição. Aproveitou algumas temporadas na Itália, para treinar o passe de Mari. Além disso, escondeu como nunca o jogo dos adversários. Mari só foi assumir a posição titular de ponteira da seleção brasileira no Grand Prix 2008. Aliás, foi eleita MVP dessa competição, justamente pelo seu rendimento na posição de ponteira.
O DONO DA BOLA
Falando em passe, uma novidade dos Jogos de Pequim 2008, foi a troca da bola do jogo durante a Olimpíada. A mudança pegou muita gente de surpresa. A Rússia, uma das favoritas ao ouro, teve muitas dificuldades de adaptação. Até hoje, as russas possuem problemas crônicos na recepção, após essa troca de bolas. Outras seleções, com tradição em um jogo mais técnico, foram privilegiadas, como Japão e Estados Unidos. Talvez, esse tenha sido um pulo do gato também para o Brasil.
1ª FASE IMPECÁVEL
Mesmo caindo no grupo da morte, o Brasil sobrou na 1ª fase. As brasileiras simplesmente massacraram nada mais, nada menos, que Itália, Rússia e Sérvia. O confronto com as russas foi emblemático. Em quadra, as brasileiras não demonstraram nenhum vestígio das derrotas para a Rússia nos Jogos de Atenas 2004 e no Campeonato Mundial 2006. Como dito acima, o Brasil foi impecável, com cinco vitórias, por 3×0, um recorde dos Jogos Olímpicos.
PLAYOFFS
No mata-mata, um novo teste para o Brasil, dessa vez, contra asiáticas. Primeiro, o Japão. Novo triunfo, por 3×0, sem sustos. Depois, o grande desafio, a China, atual campeã olímpica e sede dos Jogos de Pequim. Para muitos, esse foi o confronto mais difícil para o Brasil na Olimpíada. Sob pressão da torcida chinesa, as brasileiras foram minando o adversário aos poucos, fechando mais um jogo, em 3×0. Inacreditável! O Brasil chegava na sua primeira final olímpica, sem perder um set sequer.
DECISÃO DO OURO

Muitos esperavam Itália ou Cuba na decisão do ouro com o Brasil. Mas o surpreendente EUA, dirigido por Lang Ping, foi o adversário brasileiro na final. Um confronto que com o passar dos anos, virou um clássico do voleibol internacional, com grande rivalidade por sinal. Pois bem, em 2008, apesar de conseguir tirar uma parcial do Brasil, os Estados Unidos não foram páreos. Vitória brasileira por 3×1, após uma ataque para fora, da maior pontuadora dos Jogos de Pequim 2008, Logan Tom. As brasileiras alcançavam o Olimpo, pela primeira vez, sendo Paula Pequeno, MVP dos Jogos, e José Roberto Guimarães, o primeiro técnico da modalidade campeão olímpico nos dois naipes. No link abaixo, você assiste na íntegra, a final dos Jogos de Pequim 2008, entre Brasil e Estados Unidos.
