O ano mal começou e a temporada do vôlei já esquentou. Na passagem de 2018 para 2019, o levantador da seleção brasileira, campeão olímpico da Rio 2016, Bruninho, fez um post em sua conta no Instagram, questionando o calendário apertado da FIVB e o excesso de competições durante o ano. Entre as reclamações e argumentos contra a situação atual, está o desgaste físico dos atletas e o comprometimento do espetáculo apresentado ao público.
Realmente, nos últimos tempos, com o crescimento das ligas profissionais em vários países, o vôlei de clubes retomou um certo protagonismo do passado que, havia sido deixado de lado. Como financiadores do espetáculo, os clubes, assim como tempos atrás no futebol da Europa, passaram a exercer e exigir cada vez mais das federações nacionais. Novas competições foram criadas, outras foram retomadas e o calendário ficou inchado.
Para atender aos seus patrocinadores e dos clubes, a FIVB acabou esquecendo-se da qualidade do jogo. O que se vê agora, com o protesto público de Bruninho, é apenas o indício do estopim de um conflito, que tende a aumentar nos próximos anos. Para vender direitos de televisão de torneios esportivos e atender ao mercado, cada vez maior e mais sedento, a FIVB não tomou providências nessa seara.
Diante desse quadro, não resta outra atitude aos protagonistas do espetáculo, no caso os atletas, em cobrar medidas da FIVB, seja publicamente, como fez Bruninho, seja nos bastidores. Para este ciclo, o caso já é perdido. Porém, nada impede que a situação seja revista após a Olimpíada de Tóquio, em 2020.
2019
No ano de 2019, a temporada de seleções inicia-se com a disputa da Liga das Nações, entre os meses de maio e julho, nas categorias feminina e masculina. O Brasil é sede de três etapas da competição, na fase regular. No feminino, no mês de maio. No masculino, em duas etapas, no mês de junho. A fases finais ocorrem em julho.
Em agosto, será a vez dos Pré-Olímpicos entrarem em quadra. Paralelamente, entre a Liga das Nações e os Pré-Olímpicos, o Brasil terá pela frente os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, entre julho e agosto.
Nos meses seguintes, acontece a Copa do Mundo, a principal competição do ano, nos ciclos passados, esvaziada pela modificação no critério de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A versão feminina ocorre em setembro. A versão masculina em outubro.
CLUBES
Como dito acima, o calendário de clubes no Brasil e no mundo, cada vez mais ocupa espaço. Logo em janeiro, com a disputa concomitante da Superliga, começa a Copa do Brasil 2019. Em fevereiro, ocorre o Sul-Americano, em Belo Horizonte, no Ginásio do Minas Tênis Clube, nos dois naipes. Em março, inicia-se os playoffs da 25ª edição da Superliga. Com as finais previstas para o começo de maio.
Como se não bastasse, os clubes brasileiros, na categoria masculina, criaram uma nova competição embrionária: a Libertadores do Vôlei. Com previsão de adentrar o calendário da Superliga nos próximos anos.
Durante a temporada de seleções, em 2019, ocorrem os campeonatos estaduais, no 2º semestre. Depois do fim da Copa do Mundo de seleções, em outubro, uma nova edição da Superliga é aberta, com a disputa da Supercopa, e a temporada regular da competição 2019/2020.