Terminou com o mesmo desfecho da 1ª edição, a Liga das Nações 2019. No masculino, o bicampeonato russo. No feminino, o bicampeonato americano. Já o Brasil, repetiu a posição final de 2018 no naipe masculino, ou seja, o 4º lugar. Na categoria feminina, subiu ao pódio da competição, pela 1ª vez, com um vice-campeonato.
Acima de qualquer resultado, é bom analisar as perspectivas de cada campanha brasileira. No caso masculino, a fase regular da Liga das Nações serviu para testar Leal e Lucarelli juntos na mesma formação. Apesar do alcance de bons resultados, o Brasil terminou a 1ª fase na liderança, com apenas uma derrota, ficou clara a dificuldade brasileira com o serviço flutuante.
Além disso, em toda a competição o bloqueio do Brasil foi inoperante. Ao que tudo indica, o problema no fundamento não tem relação com a eficiência do saque. Nas finais, isso ficou evidente. Em várias passagens, os brasileiros tiveram boas sequências no serviço, ao ponto que, várias bolas de xeque foram desperdiçadas de maneira inaceitável.
Tal dificuldade pode ser explicada pela instabilidade emocional na recepção. Ao optar por escalar dois ponteiros de força, o Brasil descaracterizou seu jogo. Sem o passe na mão, os levantadores brasileiros, tanto Bruninho, quanto Cachopa, tiveram que lidar com novas situações de jogo, impensáveis para a tradição do Brasil.
O fato é positivo. Às vésperas do Pré-Olímpico, utilizar a VNL como teste, para um antigo desejo brasileiro, provou que muitas vezes na prática, as coisas não são exatamente como gostaríamos. Resta saber, como o técnico Renan Dal Zotto irá encontrar as soluções corretas para esse problema. Opções, não faltam.
FEMININO
Já no caso feminino, o resultado final foi considerado por muitos surpreendente, dadas as condições. O Brasil sofreu com muitas dispensas, além de problemas físicos. No entanto, o vice-campeonato brasileiro não é parâmetro. Todas as seleções utilizaram times alternativos, até mesmo nas finais. Portanto, não dá para mascarar os problemas.
A seleção feminina praticamente jogou sem oposta. A ponteira Gabi ficou muito sobrecarregada. O Brasil ficou muito dependente de seu desempenho. Nas finais, com a escalação de Natália na formação titular, em toda a duração dos jogos, a situação mudou. Infelizmente, Natália sentiu uma contusão na decisão e saiu do jogo antes do fim.
Para completar o cenário, o técnico José Roberto Guimarães anunciou na semana das finais da Liga das Nações, o retorno das campeãs olímpicas Sheilla e Fabiana. A convocação das duas jogadoras provocou celeuma nas redes entre os torcedores. Muitos cobraram renovação na seleção brasileira.
O certo é que, nos Jogos de Tóquio, em 2020, com o retorno de várias jogadoras, inclusive das que pediram dispensa nesta temporada, o futuro da seleção feminina está indefinido. Pelo menos, no Pré-Olímpico, no próximo mês de Agosto, o Brasil contará com a volta da sua principal atacante, a oposta Tandara. A perspectiva com o retorno dela é positiva.