O BALANÇO DO MUNDIAL FEMININO

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A seleção brasileira feminina de vôlei terminou sua participação no Campeonato Mundial 2018 com a pior classificação dos últimos dezesseis anos. Também foi a primeira vez nos últimos dezesseis anos que as brasileiras ficaram de fora das semifinais. Se olharmos o resultado final com atenção veremos que a posição final é uma das piores desde que o vôlei feminino se inseriu no cenário internacional. Em 2002, data da última má campanha brasileira em Mundiais, o Brasil foi representado por um time de jovens, quase juvenis, devido ao atrito entre o técnico Marco Aurélio Motta e jogadoras mais experientes.

Levando em conta essa informação, a participação brasileira em Mundiais é a pior desde 1990, há 28 anos atrás, quando o Brasil lutava para superar o domínio peruano na América do Sul. Diversos fatores explicam o resultado ruim do Brasil no Mundial 2018. A começar pelo fraco processo de renovação da seleção feminina, a falta de apoio à base, algo que não ocorria tempos atrás, a queda na estatura média das principais atletas, em comparação com outras jogadoras do passado, o excesso de lesões, a ausência de padrão tático definido, em virtude das contusões e o tempo escasso para recuperação plena das atletas.

Não poderia deixar de ser citado também o abalo emocional da seleção brasileira, algo típico do vôlei feminino. Em mais de uma vez na competição, as brasileiras tiveram vantagens consideráveis no placar e não conseguiram confirmar os resultados. Foi assim contra Alemanha, Japão e Holanda. Até mesmo contra adversários tecnicamente inferiores, como o México, o Brasil enfrentou uma incrível resistência que ao final fez falta na pontuação, na fracassada tentativa de avançar da 2ª para a 3ª fase.

O multicampeão e experiente técnico José Roberto Guimarães foi extremamente criticado pela torcida por não apresentar soluções para a seleção sair dessas situações. A principal queixa foi a utilização de atletas sem estar em sua melhor forma física, a falta de opções para mudanças e a ausência de engajamento na renovação da seleção brasileira. Não é de se estranhar o pedido de sua cabeça por parte da torcida, com a sugestão de troca por Bernardinho. Algo descartado pela CBV, que confirmou o técnico até os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Sobre a carência de talentos para a renovação na base, isso parece mais suposição e especulação do que, algo concreto de fato. Jogadoras com potencial, como a jovem ponteira Júlia Bergmann, de 1,90m de altura, estão indo embora do país simplesmente por falta de espaço. Outras de biotipo físico adequado para o voleibol, como a central Jéssica Lima, de 2,02m de altura, não são trabalhadas e lapidadas para o voleibol de alto nível. Não dá para compreender qual a dificuldade do Brasil em utilizar suas revelações, na passagem das categorias de base para a carreira profissional, como outras potências do esporte, como a China.

CENÁRIO INTERNACIONAL
Com o Brasil de fora das principais seleções do Mundial, é bom analisar o cenário internacional. Das quatro seleções semifinalistas dos Jogos Olímpicos do Rio, três terminaram entre as quatro primeiras do Mundial 2018. São elas: Sérvia, China e Holanda. A exceção foi a seleção italiana. Em um vitorioso processo de renovação, a Itália esteve muito perto de ser bicampeã mundial. Terminou em 2º lugar, perdendo a final para a Sérvia.

A única seleção semifinalista da Rio 2016, ausente entre as quatro primeiras colocadas do Mundial 2018, foi os Estados Unidos. Talvez, depois do Brasil, as americanas tenham sido a maior decepção da competição ao lado da Turquia. Ambas foram finalistas da primeira edição da Liga das Nações e não repetiram o bom desempenho no Mundial 2018.

DESTAQUES INDIVIDUAIS
Uma das principais responsáveis pelo título da Sérvia ficou de fora da seleção do campeonato. Afastada de sua seleção desde o fim das Olimpíadas do Rio, a levantadora Maja Ognjenovic teve um retorno triunfal. É inaceitável a sua ausência da seleção do Mundial 2018. Com o seu retorno, a Sérvia ganhou consistência na distribuição e se deu ao luxo de poupar na final, em alguns momentos, a melhor jogadora do mundo, eleita MVP do Mundial, o fenômeno sérvio Boskovic. Ao seu lado, outra ausência na seleção do campeonato, a ponteira Mihajlovic também foi uma das melhores jogadoras da grande final.

Outro destaque do Mundial 2018, a oposta italiana Paola Egonu quebrou uma marca histórica na semifinal contra as chinesas. Ela anotou 45 pontos e recebeu inacreditáveis 88 bolas nesse jogo. Caso sua seleção tivesse vencido o Mundial 2018, com toda certeza seria eleita a melhor jogadora da competição.

SÉRVIA É CAMPEàMUNDIAL

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Neste sábado, pela manhã, hora de Brasília, a Sérvia sagrou-se campeã do Mundial feminino 2018, disputado em Yokohama, no Japão. Na final, a seleção sérvia venceu a Itália por 3×2, com parciais de 21/25, 25/14, 23/25, 25/19, 15/12. Foi o primeiro título mundial na história da Sérvia. Completou o pódio do Mundial 2018, no 3º lugar, a seleção da China.

A oposta sérvia Boskovic foi eleita MVP, melhor jogadora da competição. A seleção do Campeonato Mundial feminino, escolhida pela FIVB, foi composta ainda pela levantadora Ofélia Malinov (Itália), a oposta Paola Egonu (Itália), as centrais Rasic (Sérvia) e Yan Ni (China), as ponteiras Sylla (Itália) e Thing Zhu (China) e a líbero De Gennaro (Itália).

GRANDE FINAL
O duelo pelo título mundial feminino foi marcado pelas estratégias de distribuição das levantadoras Ofélia Malinov e Maja Ognjenovic. No começo do jogo, ambas levantadoras não quiseram expor suas principais atacantes ao bloqueio adversário. Dessa forma, com uma certa variação na virada de bola e nos contra-ataques, tanto a levantadora da Sérvia, quanto a levantadora italiana, surpreenderam a todos que esperavam logo de início, um confronto entre as duas principais atacantes do Mundial.

As parciais vencidas pelas italianas foram marcadas por um excelente ritmo de saque que sobrecarregou a linha de passe da Sérvia. Já as vitórias da Sérvia no 2º e 4º set foram contundentes. O domínio se deu pelo volume de jogo no fundo de quadra, pela eficiência do bloqueio, seja em pontos diretos ou em ataques amortecidos e pelas dificuldades da Itália na virada de bola. Em dado momento, a Itália se perdeu e a rede de três encalhou.

No tie-break, brilhou a estrela das atacantes sérvias. Elas foram mais eficientes. Sem pestanejar, a levantadora Ognjenovic colocou bolas nos momentos decisivos, para as atacantes certas confirmarem os pontos, ao contrário da italiana Malinov. Ao tentar fugir da forte marcação do bloqueio sérvio, ela escolheu as opções erradas em momentos cruciais. Ao corrigir a distribuição, sobrecarregou sua principal atacante. Enquanto, Egonu terminou o jogo carregando a Itália nas costas, juntas, as atacantes da Sérvia tiveram melhor aproveitamento no ataque que quase toda a seleção italiana.

A CAMPANHA DO TÍTULO
1ª Fase
Rep.Dominicana 0x3 Sérvia 17/25, 20/25, 22/25
Quênia 0x3 Sérvia 16/25, 9/25, 8/25
Sérvia 3×0 Brasil 25/21, 25/18, 25/19
Cazaquistão 0x3 Sérvia 18/25, 16/25, 13/25
Sérvia 3×0 Porto Rico 25/23, 25/17, 27/25
2ª Fase
México 0x3 Sérvia 19/25, 17/25, 15/25
Alemanha 0x3 Sérvia 14/25, 20/25, 20/25
Japão 3×1 Sérvia 15/25, 25/23, 25/23, 25/23
Holanda 3×0 Sérvia 25/16, 25/12, 25/29
Final Six
Japão 0x3 Sérvia 19/25, 18/25, 23/25
Itália 1×3 Sérvia 21/25, 19/25, 25/23, 23/25
Semifinal
Sérvia 3×1 Holanda 25/22, 26/28, 25/19, 25/23
Final
Sérvia 3×2 Itália 21/25, 25/14, 23/25, 25/19, 15/12

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A seleção sérvia campeã mundial 2018/Divulgação FIVB

CHINA VENCE DISPUTA PELO BRONZE

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A seleção chinesa não deu chances para as holandesas e venceu a disputa pelo 3º lugar do Campeonato Mundial de vôlei feminino 2018. Na decisão pelo bronze, a China atropelou a Holanda por 3×0, com parciais de 25/22, 25/19, 25/14. Mesmo com o 4º lugar, a seleção holandesa alcançou o melhor resultado de sua história, na categoria feminina, em campeonatos mundiais.

NÚMEROS
No jogo em questão, a jovem ponteira Yingying Li foi o destaque individual da partida com 20 pontos. Pelo lado holandês, a oposta Slöetjes anotou 15 pontos. A vitória chinesa foi construída em seu sistema defensivo, com uma boa estratégia de saque e uma ótima performance no bloqueio. Foram 8 pontos diretos no fundamento contra apenas 1 da Holanda. A China também errou menos e realizou 6 pontos no serviço contra 2 das holandesas.

HOLANDA Dijkema (1), Slöetjes (15), Belien (8), Koolhaas (1), Buijs (10), Balkestein (3), Knip (0). Entraram: Jasper (0), Plak (8), Lohuis (0), Schoot (0). Técnico: Jamie Morrison

CHINA Ding (1), Gong (11), Yuan (11), Ni Yan (9), Zhu (10), Yingying Li (20), Wang (0). Entraram: Hu (0). Técnica: Lang Ping

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O bloqueio chinês, fator determinante para a vitória/Divulgação FIVB

EM SEMIFINAL PARELHA, ITÁLIA DERROTA CHINA

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Em um jogo dramático, a seleção italiana feminina de vôlei venceu a China no tie-break, pela semifinal do Campeonato Mundial, e garantiu vaga na grande final da competição. Essa será a segunda final de Mundial disputada pelas italianas. A primeira foi há 16 anos atrás, em 2002, contra os Estados Unidos. Na decisão, a Itália vai em busca do bicampeonato mundial contra a seleção da Sérvia.

No jogo em que conquistou sua classificação para a final do Mundial 2018, a Itália derrotou as chinesas, atuais campeãs olímpicas, por 3×2, com parciais de 25/18, 21/25, 25/16, 29/31, 17/15. Com o resultado, a China irá disputar o 3º lugar contra a Holanda, na manhã de hoje, às 5h20 da manhã, com transmissão do SPORTV e do canal da FIVB na internet. Já a Itália duela com a Sérvia pelo título mundial, a partir das 7h20 da manhã, também com transmissão do SPORTV e do canal da FIVB na internet.

NÚMEROS
A oposta italiana Paola Egonu foi a grande responsável pela classificação da Itália para a final do Mundial 2018. Com uma atuação exuberante, ela marcou 45 pontos, sendo 39 de ataque, 1 de bloqueio e 5 de saque, uma marca histórica! Durante a partida, ela recebeu 88 bolas no ataque, um número absurdo que desafia os limites físicos de uma atleta. Seu aproveitamento no fundamento foi de aproximadamente 45%. Mas, não foi apenas o desempenho de Egonu o motivo para a vitória italiana.

Explorando a flutuação da linha de passe chinesa, a Itália conseguiu neutralizar a principal atacante chinesa, a ponteira Thing Zhu, melhor jogadora dos Jogos Olímpicos do Rio. Sua eficiência no ataque foi parecida com a de Paola Egonu. Porém, faltou a China outras opções de ataque. Para se ter uma ideia, a ponteira italiana Sylla terminou o jogo com quase o mesmo número de pontos do que a ponteira chinesa, maior pontuadora de sua seleção no jogo.

Mesmo variando com as centrais, a levantadora chinesa Ding não conseguiu superar o poderio do ataque italiano. As mudanças incessantes da técnica chinesa Lang Ping não funcionaram. As chinesas até conseguiram equilibrar o jogo no bloqueio, em alguns momentos. Mas ao final, a diferença foi abissal para a Itália no ataque, 80×60.

CHINA Ding (1), Gong (8), Yuan (16), Ni Yan (17), Zhu (26), Zhang (1), Wang (0). Entraram: Yingying Li (8), Hu (2), Di Yao (0), Zeng Chunlei (0). Técnica: Lang Ping

ITÁLIA Malinov (1), Egonu (45), Danesi (12), Chirichella (8), Sylla (23), Bosetti (9) De Gennaro (0). Entraram: Cambi (0). Técnico: Davide Mazzanti

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A oposta italiana Egonu no ataque/Divulgação FIVB

SÉRVIA É FINALISTA DO MUNDIAL PELA 1ª VEZ

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A seleção feminina da Sérvia é finalista do Mundial pela 1ª vez. O resultado foi garantido após vitória sobre a Holanda, em jogo válido pela semifinal da competição. As sérvias venceram as holandesas por 3×1, com parciais de 25/22, 26/28, 25/19, 25/23. A oposta sérvia Boskovic foi o destaque individual da partida. Ela marcou 29 pontos. Pelo lado adversário, a oposta holandesa Slöetjes foi a maior pontuadora de sua seleção. Ela anotou 23 pontos.

Na grande final do Mundial 2018, a Sérvia vai em busca do título inédito contra a seleção italiana. O jogo acontece na manhã de sábado, hora de Brasília, a partir das 7h20, com transmissão do SPORTV e do canal da FIVB na internet. Já a Holanda enfrenta a China na disputa do 3º lugar. O jogo também será transmitido pelo SPORTV e o canal da FIVB na internet, a partir das 5h20 desse sábado.

RESUMO
Sérvia e Holanda iniciaram a semifinal do Mundial colocando pressão na linha de passe adversária. Surpreendentemente, as holandesas rendiam acima do esperado no fundamento. A virada de bola das duas seleções era efetiva. A diferença na primeira parcial foi o excessivo número de erros de saque da Holanda. Foram 6 pontos cedidos em erros no fundamento. 25/22 para a Sérvia.

No 2º set, a tônica do jogo prosseguiu. A virada de bola das duas seleções era eficiente, porém o maior aproveitamento da Sérvia no ataque se dava pela excelente distribuição da levantadora Ognjenovic. No fim da parcial, o saque holandês entrou e foi fundamental para a vitória no set. Foram 4 pontos diretos no serviço contra nenhum da Sérvia. 28/26 para a Holanda.

A Holanda voltou confiante para a terceira parcial. A Sérvia desconcentrada. Com muita consistência no sistema defensivo e pontos em sequência, no contra-ataque, a Holanda chegou a abrir 5 pontos de frente. No entanto, a reação da Sérvia foi avassaladora. Com um bom volume de jogo e vários pontos diretos no bloqueio, a Sérvia reverteu a margem holandesa no placar e provocou uma inédita queda na virada de bola adversária. Resultado: 25/19 para Sérvia.

Na quarta parcial, a Sérvia manteve a consistência de seu jogo e foi para a primeira parada técnica com uma vantagem confortável no placar. Mais uma vez, em uma boa passagem pelo serviço, a Holanda empatou a parcial, com uma excelente postura defensiva. O jogo ganhou contornos dramáticos. As holandesas foram para o tudo ou nada. A Sérvia parecia esgotada. Vários rallys foram disputados em sequência. Na margem mínima, a Sérvia fechou o jogo em 3×1, 25/23.

SÉRVIA Ognjenovic (5), Boskovic (29), Rasic (12), Veljkovic (7), Mihajlovic (23), Busa (5), Popovic (0). Entraram: Malesevic (0). Técnico: Zoran Terzić

HOLANDA Dijkema (2), Slöetjes (23), Belien (5), Lohuis (3), Balkestein (8), Buijs (15), Knip (0). Entraram: Bongaerts (0), Plak (0), Jasper (1), Koolhaas (7). Técnico: Jamie Morrison

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A oposta Boskovic, maior pontuadora da semifinal, com 29 pontos/ Divulgação FIVB

OS CONFRONTOS DAS SEMIFINAIS DO MUNDIAL FEMININO

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Foram definidos os duelos das semifinais do Mundial Feminino. Depois de vencer a seleção italiana por 3×1, a Sérvia terminou a 3ª fase em 1º lugar do grupo G. Com o resultado, nas semifinais do Mundial, a Sérvia irá enfrentar a Holanda, que saiu derrotada pela China por 3×1, em partida que valia a liderança do grupo H. Dessa forma, na outra semifinal, a seleção chinesa joga contra a Itália, segunda colocada do grupo G. Os dois jogos acontecem na madrugada de quinta para sexta, com transmissão do SPORTV 2 e do canal da FIVB na internet. As seleções vencedoras disputam a grande final no sábado, 20 de outubro, a partir das 7h40 da manhã. As perdedoras jogam pelo 3º lugar.

AS FINAIS DO MUNDIAL FEMININO
19/10 1:40 Sérvia X Holanda SPORTV 2
19/10 4:10 China X Itália SPORTV 2
20/10 5:10 Disputa do 3º lugar SPORTV 2
20/10 7:40 GRANDE FINAL SPORTV 2

SELEÇÃO ITALIANA CLASSIFICADA PARA SEMIFINAL

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A Itália não cedeu à pressão do Japão, dono da casa, e conquistou uma vitória suada no tie-break, com parciais de 25/20, 22/25, 25/21, 19/25, 15/13, pelo Campeonato Mundial feminino de vôlei. Após o triunfo, as italianas garantiram classificação para a semifinal do Mundial 2018. A outra vaga do grupo G, ficou com a Sérvia, que havia batido o Japão por 3×0, na estreia da 3ª fase. Na próxima rodada, Itália e Sérvia duelam pela liderança da chave. O jogo irá definir posições para os confrontos das semifinais. O canal SPORTV transmite a partida, nessa madrugada, a partir das 4h. Pela internet, o jogo será exibido pelo canal da FIVB.

NÚMEROS
A oposta Paola Egonu foi a maior pontuadora do confronto, com 36 pontos. No lado japonês, a central Araki marcou 17 pontos. No entanto, no aproveitamento de ataque, a jogadora japonesa teve maior eficiência do que o destaque individual italiano. Isso se explica, pelo número de bolas recebidas por cada jogadora e pela posição de jogo, de cada uma delas. Enquanto Egonu recebeu 58 bolas e colocou 34 no chão, Araki definiu 14 bolas, em 23 tentativas.

Além disso, as japonesas conseguiram equilibrar o duelo com as italianas explorando a deficiência do adversário na recepção. Dessa forma, seu sistema defensivo funcionou melhor e provocou uma reparação de danos em relação aos ataques de Egonu. Contudo, não foi o suficiente. Mesmo errando menos, defendendo mais, tendo uma virada de bola mais eficiente, o Japão perdeu o jogo no bloqueio. A questão física pesou.

ITÁLIA Malinov (2), Egonu (36), Danesi (13), Chirichella (11), Bosetti (7), Sylla (19), De Gennaro (0). Entraram: Cambi (0), Pietrini (1). Técnico: Davide Mazzanti

JAPÃO Tashiro (1), Shinnabe (15), Araki (17), Okumura (6), Kurogo (3), Koga (16), Kobata (0), Inoue (0). Entraram: Tominaga (0), Nagaoka (2), Ishii (15) Uchiseto (0). Técnico: Kumi Nakada

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A central japonesa Araki/Divulgação FIVB

HOLANDA ELIMINA ESTADOS UNIDOS

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A seleção holandesa de vôlei venceu os Estados Unidos no tie-break, em uma virada espetacular, pelo Campeonato Mundial feminino, em jogo válido pelo grupo H, do Final Six. Após estar perdendo por 2×0, as holandesas foram buscar um placar adverso, para vencer o jogo, com parciais de 30/32, 15/25, 25/22, 25/15, 15/9.

Com o resultado, a Holanda eliminou os Estados Unidos da competição e garantiu vaga nas semifinais do Mundial 2018. Na próxima rodada do grupo H, as holandesas jogam contra a China, em partida que irá decidir as posições da chave e a ordem dos confrontos das semifinais. O jogo é nesta terça-feira, 16 de outubro, a partir das 7 da manhã, com transmissão do SPORTV 2 e do canal da FIVB na internet.

ESTATÍSTICAS
A oposta holandesa Slöetjes marcou 38 pontos na partida, sendo 32 de ataque, 3 de bloqueio e 3 de saque. Seu aproveitamento de ataque foi de aproximadamente 45%. Sua atuação foi determinante para a vitória da Holanda. Em contraponto a sua eficiência, os Estados Unidos continuaram a sofrer com a titular na posição Murphy, que saiu zerada do jogo no 1º set, dando lugar a Lowe. Ela entrou bem e ajudou as americanas a virarem uma diferença de quase dez pontos no placar, na primeira parcial.

Porém, os Estados Unidos não contavam com a resiliência holandesa. Mesmo errando mais, a Holanda foi buscar a partida no serviço. Com um saque agressivo e as dificuldades americanas na virada de bola, a Holanda fez mais pontos no bloqueio que os Estados Unidos. Foram 11 pontos contra 7.

Ainda, logo no começo do jogo, com uma estratégia de saque consistente, a Holanda tirou da quadra a ponteira Kimberly Hill, melhor jogadora do Mundial 2014. Os Estados Unidos não deixaram barato. Pressionaram a ponteira holandesa Buijs na recepção e também a tiraram do jogo. Vieram do banco então, pelo lado holandês, Plak, e pelo lado americano, Bartsch. No entanto, quem se deu melhor foi a Holanda. Plak terminou o jogo com 50% de eficiência no ataque e Bartsch, 40%.

HOLANDA Dijkema (4), Slöetjes (38), Belien (10), Lohuis (3), Balkestein (6), Buijs (4), Knip (0). Entraram: Bongaerts (0), Luttikhuis (0), Plak (16), Schoot (0), Koolhaas (3). Técnico: Jamie Morrison

EUA Lloyd (1), Murphy (0), Akinradewo (12), Adams (13), Hill (2), Larson (11), Robinson (0). Entraram: Hancock (0), Lowe (15), Bartsch (17), Wilhite (0). Técnico: Karch Kirally

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A oposta holandesa Slöetjes à direita/Divulgação FIVB

CHINA VENCE EUA NOVAMENTE

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A seleção chinesa venceu os Estados Unidos novamente, pelo Campeonato Mundial feminino de vôlei. No jogo inaugural do Final Six, pelo grupo H, a China não quis saber do retrospecto na competição e mais uma vez bateu os Estados Unidos. Dessa vez, a vitória chinesa aconteceu no tie-break, de virada, após estar perdendo o jogo por 2×1, com parciais de 25/22, 19/25, 20/25, 25/23, 15/9. No jogo anterior, pela 2ª fase do Mundial, as chinesas ganharam das americanas por 3×0. Na próxima rodada do grupo H, os Estados Unidos jogam contra a Holanda, a partir das 4h da manhã, na madrugada de domingo para segunda, com transmissão do SPORTV e do canal na internet da FIVB.

NÚMEROS
A ponta chinesa Thing Zhu foi a maior pontuadora do confronto com os EUA, com 25 pontos. No lado americano, o destaque individual na pontuação foi a ponteira Kimberly Hill. Ela anotou 24 pontos. Chamou atenção ainda, no segundo duelo entre americanas e chinesas no Mundial 2018, a ineficiência das opostas das duas seleções. Tanto a chinesa Gong, quanto a americana Murphy, tiveram aproveitamento de ataque abaixo de 30%.

Para o sistema tático americano, conseguir jogar sem a eficiência na virada de bola e dos contra-ataques na posição de oposta é um suplício. A saída para a levantadora Lloyd foi sobrecarregar de bolas as ponteiras Hill e Larson. Juntas elas receberam quase 100 bolas, o que descaracterizou o jogo americano. A prova disso é que a eficiência de ataque das duas jogadoras juntas ficou em menos de 40%.

Em situação semelhante, a China foi buscar no banco de reservas, a saída para a virada de bola. A jovem ponteira chinesa Yingying Li saiu de quadra como a atacante mais eficiente de sua seleção, com quase 50% de aproveitamento. Ela entrou na partida, em um momento adverso chinês e foi a solução encontrada pela técnica Lang Ping para virar o jogo.

CHINA Ding (1), Gong (7), Yuan (10), Ni Yan (13), Zhu (25), Zhang (12), Wang (0). Entraram: Hu (0), Di Yao (0), Zeng Chunlei (6), Yingying Li (12). Técnica: Lang Ping

EUA Lloyd (4), Murphy (4), Akinradewo (18), Adams (15), Hill (24), Larson (17), Robinson (0). Entraram: Hancock (0), Lowe (3), Wilhite (0), Bartsch (0). Técnico: Karch Kirally

OUTROS RESULTADOS
Grupo G Japão 0x3 Sérvia 19/25, 18/25, 23/25

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A ponteira Yingying Li ao fundo, comemora ponto chinês/Divulgação FIVB

O FINAL SIX DO MUNDIAL FEMININO

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Diante do desempenho no Mundial de vôlei até a 2ª fase, a seleção feminina italiana desponta como a grande favorita ao título. Após sorteio realizado pela FIVB, ficou definido que as italianas estão ao lado da Sérvia e do Japão no grupo G. No outro grupo, o H, estão Holanda, China e Estados Unidos. Juntamente com a Itália, a Sérvia é a outra favorita do grupo G, para estar entre as quatro melhores seleções do mundo, nas semifinais. O Japão é o azarão, mesmo jogando em casa.

No grupo H, aparentemente, China e Estados Unidos são as seleções candidatas a avançar de fase. Porém, a irregularidade americana na competição aumenta as chances das holandesas provocarem uma grande zebra. Até mesmo as chinesas não estão garantidas.

Após vencer a Rússia, na última rodada da 2ª fase, a China classificou os Estados Unidos para o Final Six. Contra as americanas, teremos a prova se a ética chinesa irá render frutos. Ainda, historicamente, seu jogo não encaixa com a Holanda. Por isso, apesar do favoritismo no grupo H pender aos Estados Unidos e a China, não dá para descartar as holandesas.

SEMIFINAIS
O cruzamento olímpico, para as semifinais, entre os grupos, será mais difícil para as seleções do grupo H. Tanto chinesas, quanto americanas ou holandesas terão problemas. Ficar em segundo ou enfrentar a Itália será páreo duro. No momento, jogar contra os Estados Unidos é o caminho mais fácil. Apesar disso, o título está em aberto. No entanto, pelo que vem jogando, a Itália é a seleção com mais chances de ser campeã.