Antes do feriado do Carnaval, uma notícia sobre o fim do patrocínio do Sesc na categoria masculina, pegou muita gente de surpresa. O fato não é novidade na modalidade. Desde o começo da Superliga, há aproximadamente 26 anos, seja entre os homens ou entre as mulheres, por várias vezes, patrocinadores deixaram atletas e projetos históricos na mão. O problema é crônico. Em uma conjuntura econômica instável, tende a piorar.
É possível compreender a situação, mas não dá para aceitar a repetição do fato. Nessa perspectiva, o cenário para a temporada 2020/2021 da Superliga é nebuloso. Em especial, no naipe masculino. Além do fim da equipe do Sesc, Taubaté, Maringá, América e Ponta Grossa enfrentam problemas financeiros. Somados, quase a metade dos participantes da maior competição nacional podem ficar de fora da próxima temporada. Também há o risco de êxodo de atletas. De qualquer forma, está claro que no próximo ano, a Superliga deve perder competitividade .
Entre os quatro favoritos desse ano, um deles não disputará o torneio em 2020/2021 e outro deve diminuir a capacidade de investimento. Logo, outras equipes devem figurar no G4 como é o caso do Campinas e talvez do Minas. Projetos bem encaminhados e estruturados podem ganhar força como o de Itapetininga e do Vôlei Ribeirão. Há ainda o acesso da Superliga B. Nele, existem projetos interessantes, com chances de crescimento, como o de Anápolis e o do Vôlei Guarulhos.
O que deve deixar de acontecer no vôlei brasileiro, é a fuga de patrocinadores a qualquer sinal de tempestade. A CBV precisa se antecipar ao fatos mais rapidamente e impedir uma debandada previsível como essa de agora. É evidente que a relação da entidade com quem paga a conta dos clubes também necessita mudar de patamar. Mesmo com o auxílio da Lei de Incentivo ao Esporte, os clubes continuam sofrendo. O órgão máximo do vôlei brasileiro deve correr contra o tempo para evitar um apagão da Superliga na próxima temporada.