O BALANÇO DA COPA

Encerrada a disputa da Copa do Mundo 2019 é dado o momento de fechar o balanço da competição. Para o Brasil, no naipe masculino, o saldo é extremamente positivo. Além da conquista do título de forma invicta, a seleção brasileira evoluiu em vários aspectos coletivos. Desde o entrosamento do cubano naturalizado brasileiro Leal com o time titular, passando pelo desempenho individual do oposto Alan, reserva de Wallace, eleito MVP da Copa, até o ganho de consistência tática do ponteiro Lucarelli, entre outros, como o amadurecimento do líbero Thales.

Claro, nem tudo são flores. A julgar pelo nível de exigência técnica do torneio, a Copa do Mundo 2019 pode não ser considerada parâmetro para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Isso porque, como nessa edição, a Copa do Mundo não distribuiu vagas olímpicas, a maioria das seleções adversárias poupou seus principais atletas. Como no caso de Italia e Rússia, para citar alguns exemplos. No entanto, fato é que, quando testado o Brasil correspondeu à altura. Diante de seus principais concorrentes ao título, os brasileiros não titubearam, saindo de quadra com vitórias convincentes contra EUA e Polônia.

Em relação as demais equipes, pelo que foi apresentado, é bom ficar atento com a seleção japonesa. Com uma campanha surpreendente, os japoneses ficaram de fora do pódio, porém terminaram com a melhor colocação, em anos, na competição. Não foi apenas a posição final do Japão, 4º lugar, que chamou a atenção. Individualmente, vários atletas se desatacaram como o oposto Nishida e o ponteiro Ishikawa, entre outros. Mantendo o nível de performance da Copa, o Japão pode sonhar mais alto nas Olimpíadas dentro de casa.

Já o mesmo, não se pode dizer dos Estados Unidos. Sem muitas opções no elenco, os americanos demonstraram grandes dificuldades, para sair de situações adversas, durante as partidas. Além disso, a seleção americana parecia estar em seu limite físico, com sinais de esgotamento. A ausência do ponteiro Sander provou a tese. Sem ele, os Estados Unidos sofreram com a falta de um jogador decisivo. Talvez, a solução seja deslocar Anderson para a posição de ponteiro, escalando Patch, uma das únicas opções viáveis no banco, na saída de rede.

FEMININO

Sobre o naipe feminino, as perspectivas brasileiras são preocupantes. Para dizer, o mínimo. Sem conseguir contar com suas principais jogadoras juntas, em todo o ciclo olímpico, o técnico José Roberto Guimarães sofreu com a falta de padrão da seleção brasileira na Copa do Mundo 2019. Muito irregular, as brasileiras perderam para Holanda e Coréia do Sul, desperdiçando chance de pódio, o Brasil de 2020 é uma incógnita.

Segundo fontes da imprensa, várias atletas experientes devem retornar a seleção no ano que vem. Caso isso se confirme, José Roberto Guimarães terá pouco mais de três meses para ajustar o time. Isso sem falar no trauma, dos prováveis cortes de jogadoras que vestiram a camisa do Brasil durante todo o ciclo, dando lugar as estrelas da seleção bicampeã olímpica.

Com relação aos adversários, analisando friamente, mesmo contando com a base brasileira, medalha de ouro em Pequim 2008 e Londres 2012, as chances do Brasil são pequenas. A nossa frente, na disputa por medalhas, no momento, estão China, Sérvia, Estados Unidos e Itália.

Isso sem falar na distribuição das chaves dos Jogos de Tóquio 2020. Caso as projeções estejam certas, é bom para a seleção brasileira, torcer por uma classificação da Holanda, no Pré-Olímpico Europeu, em janeiro, para escapar de um grupo fraco e cruzamento forte, com grandes chances de eliminação, como na Rio 2016.

Para encerrar, não dá para deixar de comentar sobre a campanha chinesa na Copa do Mundo 2019. Impecável, a China foi campeã invicta, perdendo apenas 3 sets, 2 para o Brasil. Mais uma vez, em uma competição importante, a ponteira Zhu esteve imparável. Além disso, toda a China evoluiu tecnicamente, com destaque para a outra ponteira Zhang. Não há dúvidas de que as chinesas são uma das grandes favoritas ao ouro em Tóquio 2020.